Há um Oásis no Deserto

segunda-feira, 11 de junho de 2018

VENCENDO VEM JESUS, VARÃO DE GUERRA E ONIPOTENTE EM SI

VENCENDO VEM JESUS

Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem. (Lucas 11:21)

 Aqui este valente que Jesus se refere 
é o diabo, satanás, 
portanto se o Senhor Jesus disse que Ele é um valente quem somos nós para dizer ao contrário, 
assim sabemos que não podemos simplesmente desprezar o inimigo, 
devemos saber que existe um inimigo real e valente que devemos nos precaver contra ele. 

O diabo guarda, 
prende, as suas vitimas e 
para as libertarmos devemos estar preparados e 
capacitados, 
os prisioneiros do diabo, 
as vitimas são aquelas pessoas que são desobedientes a Palavra de Deus, 
ou seja 
quem não serve a Deus 
serve ao diabo. 

"Mas, 
sobrevindo outro mais valente do que ele 
e vencendo-o, 
tira-lhe toda a armadura em que confiava e reparte os seus despojos.” (Lucas 11:22) 

Este outro mais valente aqui é Jesus,  
quando o Senhor chega  Ele  tira a armadura do diabo, 
o manieta  
e expulsa, 
soltando as vitimas, 
os prisioneiros, 
claro que da prisão só sai quem quer,
mesmo estando com as portas abertas tem muitos que preferem viver na cadeia. 

Jesus continua libertando a todos os que querem ser libertos, 
pois o Senhor vive 
e se manifesta através de seus servos, 
seus discípulos, 
e todos os que se dispõe a fazer a sua vontade, 
Ele já nos deu autoridade para expulsarmos o diabo usando o nome Dele.

"Quem não é comigo é contra mim; 
e quem comigo não ajunta espalha.” (Lucas 11:23) 

Não existe meio termo, 
se não estamos com o Senhor 
estamos como o adversário, o diabo, 
e não é por falarmos o nome do Senhor que quer dizer que estamos com Ele, 
mas sim se estamos fazendo as obras Dele, 
se vivemos segundo  as suas ordenanças, 
pois se não as praticamos estamos a revelia, e, os que estiverem em desobediência, sendo desobedientes  serão servos do diabo, 
estes servos do diabo muitos querem ser libertos 
mas lhes falta força, precisam de ajuda, 
outros gostam, 
pois falam o nome de Deus, até oram mas continuam nos erros e pecados  sãos os piores. 

São os que mesmo vendo as portas da prisão aberta se recusam a sair. 
"Quando um espírito imundo tem saído do homem, 
anda por lugares secos, 
buscando repouso; 
e, não o achando, diz: 
Tornarei para a minha casa de onde sai.” (Lucas 11:24) 

Quando as pessoas são libertas do cativeiro são libertas por Jesus, e, 
se não vigiarem, 
se não firmarem no Senhor, 
permitirão que os demônios retornem 
e  com muito mais força pois são bem maiores o números deles, 
e geralmente mesmo que as pessoas estejam em uma igreja acabam se transformando em religiosas pois falam, oram e louvam, 
mas continuam nos erros, 
nos pecados 
e o pior em sofrimentos e dores.

"E, chegando, acha-a varrida e adornada. 
Então, 
vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele; 
e, entrando, habitam ali; 
e o ultimo estado desse homem é pior do que o primeiro.”(Lucas 11:25,26)

Quando as pessoas permitem que os demônios voltem a vida delas, 
e esta permissão, 
sabemos que só é dada em virtude da pratica de pecados 
e da desobediência a Palavra de Deus; 
as pessoas quando são transformadas em religiosas, falam em Deus, em Jesus, choram, oram, fazem campanhas, mas não tem temor, estas pessoas vivem oprimidas fisicamente 
e espiritualmente  
e é quase impossível trazê-las novamente a razão, pois estão dominadas pelo adversário. 

"E aconteceu que, dizendo ele essas coisas, 
uma mulher dentre a multidão, 
levantando a voz, lhe disse: 
Bem-aventurado o ventre que te trouxe 
e os peitos em que mamaste!” (Lucas 11: 27) 

Veja a ação do inimigo tentando, 
desviar a atenção de Jesus, 
da Palavra , 
e,  conduzir a gratidão para Maria, sua mãe, 
mas o Senhor Jesus, estava vigilante, 
e quer que também estejamos 
para que o inimigo jamais possa nos fazer prisioneiros para que isto aconteça basta seguir este conselho de Jesus. 

"Mas Ele disse: 
Antes, 
bem aventurado os que ouvem a Palavra de Deus 
e a guardam.” (Lucas 11:28) .

LEIA TAMBÉM. Isaías capítulo 6

"No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo.


Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.


E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.

E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.

Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.

Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;

E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado.

Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? 

Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.

Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado.

Então disse eu: Até quando Senhor? E respondeu: Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a terra seja de todo assolada.

E o Senhor afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo.

Porém ainda a décima parte ficará nela, e tornará a ser pastada; e como o carvalho, e como a azinheira, que depois de se desfolharem, ainda ficam firmes, assim a santa semente será a firmeza dela. "Isaías 6:1-13
I samuel capítulo 10

"Então tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e disse: Porventura não te ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança?


Apartando-te hoje de mim, acharás dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no termo de Benjamim, em Zelza, os quais te dirão: Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o teu pai deixou o negócio das jumentas, e anda aflito por causa de vós, dizendo: Que farei eu por meu filho?


E quando dali passares mais adiante, e chegares ao carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão subindo a Deus a Betel; um levando três cabritos, o outro três bolos de pão e o outro um odre de vinho.


E te perguntarão como estás, e te darão dois pães, que tomarás das suas mãos.


Então chegarás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e eles estarão profetizando.


E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem.


E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo.


Tu, porém, descerás antes de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos, e para oferecer ofertas pacíficas; ali sete dias esperarás, até que eu venha a ti, e te declare o que hás de fazer.


Sucedeu, pois, que, virando ele as costas para partir de Samuel, Deus lhe mudou o coração em outro; e todos aqueles sinais aconteceram naquele mesmo dia.


E, chegando eles ao outeiro, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; e o 
Espírito de Deus se apoderou dele, e profetizou no meio deles.


E aconteceu que, como todos os que antes o conheciam viram que ele profetizava com os profetas, então disse o povo, cada um ao seu companheiro: Que é o que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas?


Então um homem dali respondeu, e disse: Pois quem é o pai deles? Pelo que se tornou em provérbio: Está Saul também entre os profetas?


E, acabando de profetizar, foi ao alto.


E disse-lhe o tio de Saul, a ele e ao seu moço: Aonde fostes? E disse ele: A buscar as jumentas, e, vendo que não apareciam, fomos a Samuel.


Então disse o tio de Saul: Declara-me, peço-te, o que vos disse Samuel?


E disse Saul a seu tio: Declarou-nos, na verdade, que as jumentas foram encontradas. 

Porém o negócio do reino, de que Samuel falara, não lhe declarou.


Convocou, pois, Samuel o povo ao Senhor, em Mizpá.


E disse aos filhos de Israel: Assim disse o Senhor Deus de Israel: Eu fiz subir a Israel do 
Egito, e livrei-vos da mão dos egípcios e da mão de todos os reinos que vos oprimiam.


Mas vós tendes rejeitado hoje a vosso Deus, que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos, e lhe tendes falado: Põe um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o Senhor, pelas vossas tribos e segundo os vossos milhares.


Tendo, pois, Samuel feito chegar todas as tribos, tomou-se a tribo de Benjamim.


E, fazendo chegar a tribo de Benjamim pelas suas famílias, tomou-se a família de Matri; e dela se tomou Saul, filho de Quis; e o buscaram, porém não se achou.


Então tornaram a perguntar ao Senhor se aquele homem ainda viria ali. E disse o Senhor: Eis que se escondeu entre a bagagem.


E correram, e o tomaram dali, e pôs-se no meio do povo; e era mais alto do que todo o povo desde o ombro para cima.


Então disse Samuel a todo o povo: Vedes já a quem o Senhor escolheu? Pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então jubilou todo o povo, e disse: Viva o rei!


E declarou Samuel ao povo o direito do reino, e escreveu-o num livro, e pô-lo perante o Senhor; então despediu Samuel a todo o povo, cada um para sua casa.


E foi também Saul à sua casa, em Gibeá; e foram com ele do exército aqueles cujos corações Deus tocara.


Mas os filhos de Belial disseram: É este o que nos há de livrar? E o desprezaram, e não lhe trouxeram presentes; porém ele se fez como surdo." 1 Samuel 10:1-27

E Provérbios 14

"Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos.


O que anda na retidão teme ao Senhor, mas o que se desvia de seus caminhos o despreza.

Na boca do tolo está a punição da soberba, mas os sábios se conservam pelos próprios lábios.

Não havendo bois o estábulo fica limpo, mas pela força do boi há abundância de colheita.

A verdadeira testemunha não mentirá, mas a testemunha falsa se desboca em mentiras.

O escarnecedor busca sabedoria e não acha nenhuma, para o prudente, porém, o conhecimento é fácil.

Desvia-te do homem insensato, porque nele não acharás lábios de conhecimento.

A sabedoria do prudente é entender o seu caminho, mas a estultícia dos insensatos é engano.

Os insensatos zombam do pecado, mas entre os retos há benevolência.
O coração conhece a sua própria amargura, e o estranho não participará no íntimo da sua alegria.

A casa dos ímpios se desfará, mas a tenda dos retos florescerá.

Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.

Até no riso o coração sente dor e o fim da alegria é tristeza.

O que no seu coração comete deslize, se enfada dos seus caminhos, mas o homem bom fica satisfeito com o seu proceder.

O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os seus passos.

O sábio teme, e desvia-se do mal, mas o tolo se encoleriza, e dá-se por seguro.

O que se indigna à toa fará doidices, e o homem de maus intentos será odiado.

Os simples herdarão a estultícia, mas os prudentes serão coroados de conhecimento.

Os maus inclinam-se diante dos bons, e os ímpios diante das portas dos justos.

O pobre é odiado até pelo seu próximo, porém os amigos dos ricos são muitos.

O que despreza ao seu próximo peca, mas o que se compadece dos humildes é bem-aventurado.

Porventura não erram os que praticam o mal? mas beneficência e fidelidade haverá para os que praticam o bem.

Em todo trabalho há proveito, mas ficar só em palavras leva à pobreza.

A coroa dos sábios é a sua riqueza, a estultícia dos tolos é só estultícia.

A testemunha verdadeira livra as almas, mas o que se desboca em mentiras é enganador.

No temor do Senhor há firme confiança e ele será um refúgio para seus filhos.

O temor do Senhor é fonte de vida, para desviar dos laços da morte.
Na multidão do povo está a glória do rei, mas na falta de povo a ruína do príncipe.

O longânimo é grande em entendimento, mas o que é de espírito impaciente mostra a sua loucura.

O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos.

O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado o honra.

Pela sua própria malícia é lançado fora o perverso, mas o justo até na morte se mantém confiante.

No coração do prudente a sabedoria permanece, mas o que está no interior dos tolos se faz conhecido.

A justiça exalta os povos, mas o pecado é a vergonha das nações.

O rei se alegra no servo prudente, mas sobre o que o envergonha cairá o seu furor." Provérbios 14:1-35
Amém .

sábado, 9 de junho de 2018

O que Wesley praticou e pregou sobre o dinheiro?

O que Wesley praticou e pregou sobre o dinheiro? (Charles Edward White)

by Maria de Luca


John Wesley pregou muitas vezes sobre o uso do dinheiro. Possuindo provavelmente o maior salário já recebido na Inglaterra, ele teve oportunidades de colocar suas idéias em prática. O que ele disse a respeito do dinheiro? E o que fez com o próprio dinheiro?

John Wesley experimentou uma pobreza opressiva quando criança. Seu pai, Samuel Wesley, era pastor anglicano numa das paróquias que pagavam os menores salários do país. Ele tinha nove filhos para sustentar e raramente ficava sem dívidas. Uma vez John viu seu pai sendo levado para a prisão dos devedores. Portanto, quando seguiu seu pai no ministério, não tinha ilusão alguma acerca das recompensas financeiras.
É provável que tenha sido uma surpresa para John Wesley que, embora Deus o houvesse chamado para mesma vocação de seu pai, não o havia chamado para ser tão pobre quanto ele. Em vez de ser pastor numa paróquia, John sentiu a direção de Deus para ensinar na Universidade de Oxford. Lá, ele foi escolhido para ser membro do conselho do Lincoln College. Sua posição lhe garantia pelo menos trinta libras por ano, mais do que o suficiente para um rapaz solteiro viver. John parecia desfrutar de sua relativa prosperidade. Gastou seu dinheiro em jogos de cartas, tabaco e conhaque.
Enquanto estava em Oxford, um incidente transformou sua perspectiva acerca do dinheiro. Ele havia acabado de comprar alguns quadros para colocar em seu quarto, quando uma das camareiras chegou à sua porta. Era um dia frio de inverno, e ele notou que ela não tinha nada para se proteger, exceto uma capa de linho. Ele enfiou a mão no bolso para dar-lhe algum dinheiro para comprar um casaco, mas percebeu que havia sobrado bem pouco. Imediatamente, ficou perplexo com o pensamento de que Deus não havia se agradado pela forma como havia gasto seu dinheiro. Ele perguntou a si mesmo: O mestre me dirá “Muito bem servo bom e fiel”? Tu adornaste as paredes com o dinheiro que poderia ter protegido essa pobre criatura do frio! Ó justiça! Ó misericórdia! Esses quadros não são o sangue dessa pobre empregada?

O que Wesley fez?

Talvez, como resultado desse incidente, em 1731, Wesley começou a limitar seus gastos para que pudesse ter mais dinheiro para dar aos pobres. Ele registrou que, em determinado ano, sua renda fora de 30 libras, suas despesas, 28, assim, tivera duas libras para dar. No ano seguinte, sua renda dobrou, mas ele continuou administrando seus gastos para viver com 28, desse modo, restaram-lhe 32 libras para dar aos pobres. No terceiro ano, sua renda saltou para 90 libras. Em vez de deixar suas despesas crescerem juntamente com sua renda, ele as manteve em 28 e doou 62 libras. No quarto ano, recebeu 120 libras. Do mesmo modo que antes, suas despesas se mantiveram em 28 libras e, assim, suas doações subiram para 92.
Wesley sentia que o crente não deveria simplesmente dar o dízimo, mas dar toda sua renda excedente, uma vez que já tivesse suprido a família e os credores. Ele cria que com o crescimento da renda, o que deveria aumentar não era o padrão de vida, mas sim o padrão de doações.
Essa prática começou em Oxford e continuou por toda a sua vida. Mesmo quando sua renda ultrapassou mil libras esterlinas, ele viveu de modo simples, doando rapidamente seu dinheiro excedente. Houve um ano em que seu salário superou 1400 libras. Ele viveu com 30 e doou aproximadamente 1400. Por não ter uma família para cuidar, não precisava poupar. Ele tinha medo de acumular tesouros na terra, portanto, seu dinheiro ia para as obras de caridade assim que chegava às suas mãos. Ele registrou que nunca permaneceu com 100 libras.
Wesley limitava suas despesas, não adquirindo coisas que eram tidas como essenciais para um homem de sua posição. Em 1776, os fiscais de impostos inspecionaram suas restituições e lhe escreveram a seguinte sentença: “Não temos dúvidas de que o senhor possui algumas baixelas de prata para cada item que o senhor não declarou até agora”. Eles queriam dizer que um homem proeminente como ele, certamente possuía alguns pratos de prata em sua casa, e o acusavam de sonegação. Wesley lhes respondeu: “Tenho duas colheres de prata em Londres e duas em Bristol. Essa é toda a prata que possuo no momento e não comprarei mais prata alguma, visto que muitos ao meu redor almejam por pão”.
A outra forma pela qual Wesley limitava seus gastos era identificando-se com os pobres. Ele pregava que os crentes deveriam se considerar como membros dos pobres, a quem Deus havia dado dinheiro para ajudá-los. Portanto, ele vivia e comia com os pobres. Sob a liderança de Wesley, a igreja Metodista de Londres estabeleceu dois abrigos para viúvas na cidade. Elas eram sustentadas pelas ofertas recolhidas nos encontros e nas celebrações da Ceia do Senhor. Em 1748, nove viúvas, uma mulher cega e duas crianças viviam ali. Juntamente com elas, vivia John Wesley e outro pregador metodista que se encontrava na cidade naquela ocasião. Wesley se alegrava em comer da mesma comida que elas, à mesma mesa, antevendo o banquete celestial que todos os crentes compartilharão.
Durante quatro anos, a dieta de Wesley consistia principalmente em batatas, em partes para melhorar sua saúde, mas também para economizar dinheiro. Ele dizia: “Aquilo que eu guardo para comprar carne pode alimentar alguém que não possui comida alguma”. Em 1744, Wesley escreveu: “Quando eu morrer, se eu deixar dez libras para trás... você e toda a humanidade poderão testemunhar contra mim, dizendo que tenho vivido e morrido como um ladrão e salteador”. Quando ele morreu em 1791, o único dinheiro que estava em sua posse eram algumas moedas, encontradas em seus bolsos e em sua gaveta de roupas.
O que havia acontecido ao restante do dinheiro que ele ganhara em toda a sua vida, uma quantia estimada em trinta mil libras?[i] Ele o havia doado. Como Wesley havia dito: “Não poderei evitar deixar meus livros para trás quando Deus me chamar, porém minhas próprias mãos executarão a doação de todas as demais coisas”.

[i] Essa quantia equivaleria a aproximadamente 30 milhões de dólares hoje.

O que Wesley Pregou?

O ensino de Wesley sobre o dinheiro oferece diretrizes simples e práticas para qualquer cristão.

A primeira regra de Wesley acerca do dinheiro era “Ganhe o máximo que puder”. Apesar de seu potencial para o mau uso, o dinheiro em si é algo bom. O bem que ele pode fazer é infinito: “Nas mãos dos filhos de Deus, ele é comida para os famintos, água para os sedentos, roupas para os que estão descobertos. Ele dá ao viajante e ao estrangeiro um lugar onde pousar a cabeça. Por meio dele, podemos manter a viúva, no lugar de seu marido, e aos órfãos, no lugar de seu pai. Podemos ser uma defesa para os oprimidos, levar saúde aos doentes e alívio aos que têm dor. Ele pode ser como olhos para o cego, como pés para o coxo e como o socorro para livrar alguém dos portões da morte”!
Wesley acrescenta que ao ganhar o máximo que podem, os crentes devem ser cuidadosos para não prejudicar sua própria alma, mente e corpo ou a alma, mente e corpo de quem quer seja. Desse modo, ele proibiu o ganho de dinheiro em empresas que poluem o meio ambiente ou causam danos aos trabalhadores.

A segunda regra de Wesley para o uso correto do dinheiro era “Poupe o máximo que puder”. Ele insistiu para que seus ouvintes não gastassem dinheiro somente para satisfazer a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Ele clamava contra comidas caras, roupas luxuosas e móveis elegantes. “Cortem todas essas despesas! Desprezem as iguarias e a variedade, e estejam contentes com o que a simples natureza requer”.
Wesley tinha duas razões para dizer aos crentes para comprarem somente o necessário. Uma era óbvia: para que não desperdiçassem dinheiro. A segunda era para que seus desejos não aumentassem. O antigo pregador destacou sabiamente que, quando as pessoas gastam dinheiro em coisas que, de fato, não precisam, elas começam a desejar mais coisas das quais não precisam. Em vez de satisfazerem aos seus desejos, elas apenas os fazem aumentar: “Quem dependeria de qualquer coisa para satisfazer esses desejos, se considerasse que satisfazê-los é o mesmo que fazê-los crescer? Nada é mais verdadeiro do que isto: A experiência diária demonstra que quanto mais os satisfazemos, mais eles aumentam”.
Wesley advertiu principalmente sobre a questão de comprarmos muitas coisas para os filhos. Pessoas que raramente gastam dinheiro consigo mesmas podem ser bem mais indulgentes com seus filhos. Ao ensinar o princípio de que gratificar um desejo desnecessariamente tende a intensificá-lo, ele perguntou a esses pais bem-intencionados: “Por que você compraria para eles mais orgulho ou cobiça, mais vaidade, tolice e desejos prejudiciais? ...Por que você teria um gasto extra apenas para trazer-lhes mais tentações e ciladas, e para transpassá-los com mais tristezas”.

A terceira regra de John Wesley era “Doe o máximo que puder”. A oferta de uma pessoa deve começar com o dízimo. Ele disse àqueles que não dizimavam: “Não há dúvidas de que vocês têm colocado o seu coração no seu ouro”. E advertia: “Isso ‘consumirá sua carne como o fogo’”! Entretanto, a oferta de uma pessoa não deve se limitar ao dízimo. Todo o dinheiro dos crentes pertence a Deus, não apenas a décima parte. Os crentes devem usar 100% de sua renda da forma como Deus direcionar.

E como Deus direciona os crentes a usarem sua renda? Wesley listou quatro prioridades bíblicas:

1. Providencie o que é necessário para você e sua família (1 Tm 5.8). O crente deve estar certo de que sua família possui suas necessidades e comodidades supridas, ou seja, “quantidade suficiente de uma comida modesta e saudável para comer, e roupas adequadas para vestir”. O crente também deve garantir que a família tenha o suficiente para viver caso haja imprevistos em relação ao seu ganha-pão.
2. “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Tm 6.8). Wesley acrescentou que a palavra traduzida para “vestir” é literalmente “cobrir”, o que inclui tanto moradia como roupas. “Conclui-se claramente que tudo o que tivermos além dessas coisas, no sentido empregado pelos apóstolos, é riqueza – tudo quanto estiver além das necessidades, ou no máximo, além das comodidades da vida. Qualquer um que tenha comida suficiente para comer, roupas para vestir, um lugar onde repousar a cabeça, e mais alguma outra coisa, é rico”.
3. Providencie o necessário para “fazer o bem perante todos os homens” (Rm 12.17) e não fique devendo nada a ninguém (Rm 13.8). Wesley disse que a reivindicação pelo dinheiro do crente que se seguia à família era a reivindicação dos credores. Ele acrescentou que aqueles que dirigiam o próprio negócio deveriam ter ferramentas adequadas, estoque ou o capital necessário para manter seu negócio.
4. “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10). Após o crente ter provido o necessário para a família, credores e para o próprio negócio, sua próxima obrigação é utilizar todo o dinheiro que sobrou para suprir as necessidades dos outros.

Ao dar esses quatro princípios bíblicos, Wesley reconheceu que algumas situações não são assim tão claras. A forma como os crentes devem usar o dinheiro de Deus nem sempre é óbvia. Por essa razão, ele ofereceu quatro perguntas para ajudar seus ouvintes a decidirem como gastar seu dinheiro:

1. Ao gastar o dinheiro, estou agindo como se o possuísse ou como se fosse o curador de Deus?
2. O que as Escrituras exigem de mim ao gastar o dinheiro dessa maneira?
3. Posso oferecer essa compra como um sacrifício a Deus?
4. Deus me recompensará por esse gasto na ressurreição dos justos?

Finalmente, para um crente que ainda estivesse perplexo, John Wesley sugeriu a seguinte oração antes de realizar uma compra:

“Senhor, tu vês que estou para gastar esta quantia naquela comida, naquela roupa ou naquele móvel. Tu sabes que estou agindo com sinceridade nessa questão; como um mordomo de teus bens; gastando uma porção dele desta maneira, em conformidade com o desígnio que tu tens ao confiá-los a mim. Sabes que faço isso em obediência à tua Palavra, conforme tu ordenas e porque tu o ordenas. Peço-te que isso seja um sacrifício santo e aceitável a Ti, por meio de Jesus Cristo! Dá-me testemunho em mim mesmo de que, por meio desse esforço de amor, serei recompensado quando Tu recompensares a cada homem segundo as suas obras”.

Ele estava confiante que qualquer crente de consciência limpa que fizesse essa oração usaria o seu dinheiro com sabedoria.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

MARCHA PARA JESUS

Eu concordo com Renato Vargens, por isso compartilho.

5 razões porque não participo da Marcha para Jesus

Por Renato Vargens

1-) Pelo fato de que a visão teológica dos idealizadores da marcha diverge em muito do ensino das Escrituras. Os organizadores do evento acreditam que através de atos proféticos uma nação pode ser transformada, o que do ponto de vista bíblico é inexequível.

2-) A Marcha pra Jesus peca por fazer enfatizar o entretenimento.

Do ponto de Vista das Escrituras, Deus jamais pode ser usado como fonte de lazer. A Igreja não foi chamada por Cristo para promover entretenimento. Charles Spurgeon, um dos maiores pregadores de todos os tempos, afirmou há quase 150 anos, que o adversário das nossas almas tem agido como o fermento, levedando toda a massa. Segundo o príncipe dos pregadores o diabo criou algo mais perspicaz do que sugerir à Igreja que parte de sua missão é prover entretenimento para as pessoas, com vistas a ganhá-las. Spurgeon afirmou que a igreja de Cristo não tinha por obrigação promover entretenimento àqueles que a igreja visitava. Antes pelo contrário, o Evangelho com todas as suas implicações precisava ser pregado de forma simples e objetiva.

3-) A Marcha pra Jesus na maioria das vezes tem sido usada pra fins eleitoreiros onde objetivo final é eleger alguns irmãos inserindo-os nas câmaras municipais, Assembleias Legislativas, Congresso Nacional, e poder executivo.

4-) A Marcha pra Jesus tem sido usado de forma comercial onde a ênfase se dá quase que exclusiva ao mercado gospel.

5-) Na maioria das vezes a igreja marcha por nada. Ouso afirmar que a igreja marcha  para dizer ao país que somos muitos e que mediante Cristo todos podem prosperar e ser felizes.

Caro leitor, na minha perspectiva a Marcha poderia ser bem diferente.

Por acaso você já pensou em um milhão de pessoas, chorando diante do Senhor, pedindo perdão ao Eterno pelos pecados cometidos no país? Já imaginou essa multidão se arrependendo de suas transgressões, derramando sua alma diante de Deus, rogando ao Pai Celeste que perdoe a safadeza e a bandalheira promovida pelos políticos em nossa nação? Já pensou essa multidão se ajoelhando diante de Deus pedindo ao Salvador um avivamento?

Quão diferente seria isso não é mesmo? Que impacto isso poderia trazer a nossa nação não é verdade?

Que maravilha seria ver a igreja brasileira arrependida de seus pecados, humilhando-se do diante do Criador na expectativa de que este sarasse a nossa terra. ( II Crônicas 7:14)

Que Deus tenha misericórdia do Brasil!

Pense nisso!

Renato Vargens

quarta-feira, 30 de maio de 2018

GILEADE, de que se trata?

Quem foi Gileade?

Pelo menos três personagens bíblicos são chamados de Gileade.

O primeiro deles foi o filho de Maquir, filho de Manassés. Ele foi o fundador do clã de Gileade, ou seja, o progenitor da família tribal dos gileaditas. A maioria dos gileaditas pertenciam à tribo de Manassés, filho de José, governador do Egito.

"Os filhos de Manassés foram; de Maquir, a família dos maquiritas; e Maquir gerou a Gileade; de Gileade, a família dos gileaditas.
Estes são os filhos de Gileade; de Jezer, a família dos jezeritas; de Heleque, a família dos helequitas;"
Números 26:29,30

"E chegaram as filhas de Zelofeade, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, entre as famílias de Manassés, filho de José; e estes são os nomes delas; Maalá, Noa, Hogla, Milca, e Tirza;" Números 27:1


"E chegaram os chefes dos pais da família de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, das famílias dos filhos de José, e falaram diante de Moisés, e diante dos príncipes, chefes dos pais dos filhos de Israel,"  Números 36:1

"Então Hezrom coabitou com a filha de Maquir, pai de Gileade, e, sendo ele de sessenta anos, a tomou; e ela deu à luz a Segube." 1 Crônicas 2:21

"Os filhos de Manassés: Asriel, que a mulher de Gileade concebeu (porém a sua concubina, a síria, concebeu a Maquir, pai de Gileade;
E Maquir tomou a irmã de Hupim e Supim por mulher, e era o seu nome Maaca), e foi o nome do segundo Zelofeade; e Zelofeade teve filhas.
E Maaca, mulher de Maquir, deu à luz um filho, e chamou-o Perez; e o nome de seu irmão foi Seres; e foram seus filhos Ulão e Raquém.
E o filho de Ulão, Bedã; estes foram os filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés."
1 Crônicas 7:14-17

Gileade também foi o nome do pai de Jefté, um dos juízes de Israel

"Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porém filho de uma prostituta; mas Gileade gerara a Jefté." Juízes 11:1 

Um descendente de Gade citado na genealogia de 1 Crônicas 5:14 "Estes foram os filhos de Abiail filho de Huri, filho de Jaroa, filho de Gileade, filho de Micael, filho de Jesisai, filho de Jado, filho de Buz; " , que também tinha esse mesmo nome.

A terra de Gileade

Certamente a aplicação mais conhecida do nome Gileade na Bíblia diz respeito a designação de alguns lugares que ficavam na região da Transjordânia.
Às vezes o nome Gileade é utilizado num sentido mais amplo para se referir a toda Transjordânia israelita, incluindo a própria Gileade.
Outras vezes esse nome é aplicado em seu sentido mais estrito, referindo-se a região montanhosa coberta de bosques a leste do Rio Jordão.
A terra de Gileade é cortada pelo Ribeiro de Jaboque - " Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom e que dominava desde Aroer, que está à beira do ribeiro de Arnom, e desde o meio do ribeiro, e a metade de Gileade, e até ao ribeiro de Jaboque, o termo dos filhos de Amom." 
Josué 12:2.

A Gileade bíblica fica numa altitude média de aproximadamente mil metros acima do nível do mar. Essa região é delimitada por Basã, ao norte;
pelo deserto da Arábia, a leste;
e por Moabe e Amom, ao sul

"Tomamos, pois, esta terra em possessão naquele tempo: 
Desde Aroer, que está junto ao ribeiro de Arnom, 
e a metade da montanha de Gileade, com as suas cidades, tenho dado aos rubenitas e gaditas.
E o restante de Gileade, 
como também todo o Basã, o reino de Ogue, dei à meia tribo de Manassés; 
toda aquela região de Argobe, por todo o Basã, se chamava a terra dos gigantes.
Jair, filho de Manassés, alcançou toda a região de Argobe, até ao termo dos gesuritas, e maacatitas, e a chamou de seu nome, Havote-Jair até este dia.
E a Maquir dei Gileade.
Mas aos rubenitas e gaditas dei desde Gileade até ao ribeiro de Arnom, cujo meio serve de limite; 
e até ao ribeiro de Jaboque, o termo dos filhos de Amom.
Como também a campina, e o Jordão por termo; 
desde Quinerete até ao mar da campina, o Mar Salgado, abaixo de Asdote-Pisga para o oriente."
Deuteronômio 3:12-17

Na Bíblia essa região é chamada de “terra de Gileade”, “monte de Gileade” e simplesmente “Gileade” .

"Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito."  Gênesis 37:25

"E, indo eles aos filhos de Rúben, e aos filhos de Gade, e à meia tribo de Manassés, à terra de Gileade, falaram-lhes, dizendo:" Josué 22:15

"E Finéias filho de Eleazar, o sacerdote, com os príncipes, deixando os filhos de Rúben, e os filhos de Gade, voltaram da terra de Gileade à terra de Canaã, aos filhos de Israel, e trouxeram-lhes a resposta." Josué 22:32

"Meu é Gileade, e meu é Manassés; Efraim é a força da minha cabeça; Judá é o meu legislador."
Salmos 60:7

As tribos de Rúben, Gade e Manassés foram as ocupantes de Gileade.
Rúben ocupou o extremo sul dessa terra, até o limite com Moabe.
Gade ocupou a parte central e o sul de Gileade.
Já Manassés ficou com a parte norte da terra.
Os descendentes das tribos de Rúben e Gade aproveitaram bem os recursos daquela região que favoreciam a criação de gado.

"E os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em grande quantidade; 
e viram a terra de Jazer, 
e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado.
Vieram, pois, os filhos de Gade, e os filhos de Rúben e falaram a Moisés e a Eleazar, o sacerdote, e aos chefes da congregação, dizendo:
Atarote, e Dibom, e Jazer, e Ninra, e Hesbom, e Eleale, e Sebã, e Nebo, e Beom,
A terra que o Senhor feriu diante da congregação de Israel, 
é terra para gado, 
e os teus servos têm gado.
Disseram mais: 
Se achamos graça aos teus olhos, 
dê-se esta terra aos teus servos em possessão; 
e não nos faças passar o Jordão." Números 32:1-5

 As características geográficas e climáticas do local realmente se harmonizam com as informações bíblicas de que aquela área era apropriada para o rebanho.

"Eis que és formosa, meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas entre as tuas tranças; o teu cabelo é como o rebanho de cabras que pastam no monte de Gileade."
Cânticos 4:1.
A importância e o significado de Gileade na Bíblia

A terra de Gileade serviu de pano de fundo para muitos eventos bíblicos importantes e significativos. Foi nessa terra, no monte de Gileade, que ocorreu o encontro final entre Jacó e seu sogro Labão.

"E fugiu ele com tudo o que tinha, e levantou-se e passou o rio; 
e se dirigiu para a montanha de Gileade.
E no terceiro dia foi anunciado a Labão que Jacó tinha fugido.
Então tomou consigo os seus irmãos, 
e atrás dele seguiu o seu caminho por sete dias; 
e alcançou-o na montanha de Gileade.
Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: 
Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.
Alcançou, pois, Labão a Jacó, e armara Jacó a sua tenda naquela montanha; 
armou também Labão com os seus irmãos a sua, na montanha de Gileade.
Então disse Labão a Jacó: 
Que fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela espada?
Por que fugiste ocultamente, 
e lograste-me, 
e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, 
e com cânticos, e com tamboril e com harpa?
Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. 
Loucamente agiste, agora, fazendo assim.
Poder havia em minha mão para vos fazer mal, 
mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: 
Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.
E agora se querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?
Então respondeu Jacó, e disse a Labão: 
Porque temia; 
pois que dizia comigo, se porventura não me arrebatarias as tuas filhas.
Com quem achares os teus deuses, esse não viva; 
reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo, e toma-o para ti. 
Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.
Então entrou Labão na tenda de Jacó, 
e na tenda de Lia, 
e na tenda de ambas as servas, 
e não os achou;
 e saindo da tenda de Lia, 
entrou na tenda de Raquel.
Mas tinha tomado Raquel os ídolos e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda, e não os achou.
E ela disse a seu pai: 
Não se acenda a ira aos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. 
E ele procurou, mas não achou os ídolos.
Então irou-se Jacó e contendeu com Labão; 
e respondeu Jacó, e disse a Labão: 
Qual é a minha transgressão? 
Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?
Havendo apalpado todos os meus móveis, que achaste de todos os móveis de tua casa? 
Põe-no aqui diante dos meus irmãos e de teus irmãos; 
e que julguem entre nós ambos.
Estes vinte anos eu estive contigo; 
as tuas ovelhas 
e as tuas cabras nunca abortaram, 
e não comi os carneiros do teu rebanho.
Não te trouxe eu o despedaçado; 
eu o pagava; 
o furtado de dia 
e o furtado de noite da minha mão o requerias.
Estava eu assim: 
De dia me consumia o calor, 
e de noite a geada; 
e o meu sono fugiu dos meus olhos.
Tenho estado agora vinte anos na tua casa; 
catorze anos te servi por tuas duas filhas, 
e seis anos por teu rebanho; 
mas o meu salário tens mudado dez vezes.
Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o temor de Isaque não fora comigo, por certo me despedirias agora vazio. 
Deus atendeu à minha aflição, 
e ao trabalho das minhas mãos, 
e repreendeu-te ontem à noite.
Então respondeu Labão, e disse a Jacó: 
Estas filhas são minhas filhas, 
e estes filhos são meus filhos, 
e este rebanho é o meu rebanho, 
e tudo o que vês, é meu; 
e que farei hoje a estas minhas filhas, 
ou a seus filhos, que deram à luz?
Agora pois vem, 
e façamos aliança eu e tu, 
que seja por testemunho entre mim e ti.
Então tomou Jacó uma pedra, 
e erigiu-a por coluna.
E disse Jacó a seus irmãos: 
Ajuntai pedras. 
E tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre aquele montão.
E chamou-o Labão Jegar-Saaduta; 
porém Jacó chamou-o Galeede.
Então disse Labão: 
Este montão seja hoje por testemunha entre mim e ti. 
Por isso se lhe chamou Galeede,
E Mispá, porquanto disse: 
Atente o Senhor entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um do outro.
Se afligires as minhas filhas, 
e se tomares mulheres além das minhas filhas, ninguém está conosco; 
atenta que Deus é testemunha entre mim e ti.
Disse mais Labão a Jacó: 
Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui essa coluna que levantei entre mim e ti.
Este montão seja testemunha, e esta coluna seja testemunha, que eu não passarei este montão a ti, e que tu não passarás este montão e esta coluna a mim, para mal.
O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus de seu pai, julgue entre nós. 
E jurou Jacó pelo temor de seu pai Isaque.
E ofereceu Jacó um sacrifício na montanha, 
e convidou seus irmãos, para comer pão; 
e comeram pão 
e passaram a noite na montanha.
E levantou-se Labão pela manhã de madrugada, 
e beijou seus filhos 
e suas filhas 
e abençoou-os e partiu; 
e voltou Labão ao seu lugar." Gênesis 31:21-55.
Foi na região de Gileade, mais precisamente numa montanha na extremidade do vale de Jezreel, que se deu a redução do numeroso exército liderado por Gideão que haveria de lutar contra os midianitas.

"Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido, volte, e retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram." Juízes 7:3

 O livro de Oseias também fala sobre uma cidade na terra de Gileade.

"Gileade é a cidade dos que praticam iniqüidade, manchada de sangue." Oséias 6:8

Gileade também ficou conhecida como um lugar de refúgio.
Como já foi dito, o próprio Jacó partiu para a montanha de Gileade ao fugir de Labão.
Nos dias de reinado do rei Saul, alguns israelitas também fugiram para aquelas terras com a finalidade de escapar da opressão dos filisteus

"E alguns dos hebreus passaram o Jordão para a terra de Gade e Gileade; e, estando Saul ainda em Gilgal, todo o povo ia atrás dele tremendo." 1 Samuel 13:7

O próprio rei Davi também procurou abrigo naquela região durante a rebelião de Absalão. II Samuel capítulo 17

Também foi naquelas terras que Absalão prendeu seus longos cabelos num carvalho, o que no final acabou lhe custando a vida. " 2 Samuel capítulo 18.

As Escrituras também falam do bálsamo de Gileade de forma proverbial.

"Porventura não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?"  Jeremias 8:22

"Sobe a Gileade, e toma bálsamo, ó virgem filha do Egito; debalde multiplicas remédios, pois já não há cura para ti." Jeremias 46:11

"Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito." Gênesis 37:25

 A terra de Gileade era conhecida por seus produtos medicinais.

Os bosques característicos daquela região montanhosa são citados como símbolo de preciosidade e fertilidade juntamente com o Líbano e o Carmelo.

"Porque assim diz o Senhor acerca da casa do rei de Judá: Tu és para mim Gileade, e a cabeça do Líbano; mas por certo que farei de ti um deserto e cidades desabitadas." Jeremias 22:6

"E farei tornar Israel para a sua morada, e ele pastará no Carmelo e em Basã; e fartar-se-á a sua alma no monte de Efraim e em Gileade." Jeremias 50:19

"Porque eu os farei voltar da terra do Egito, e os congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano, e não se achará lugar bastante para eles." Zacarias 10:10 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

DESIGREJADOS, você conhece pelo menos um?

DESIGREJADOS..!?

Desigrejado” é alguém que deixou de freqüentar uma "igreja evangélica" (denominação), é aquele que está cansado de ser enganado ludibriado com textos sem contextos pelos cães gulosos, com suas mentiras ilusórias, podem está fora de instituições religiosas, mas NÃO deixaram de se aprofundar nas verdades do evangelho de Jesus Glorificado.

Desigrejados é uma forma pejorativa de submeter alguém ao ridículo ou seja colocá-lo em descrédito quando fala do evangelho da graça e que contraria os religiosos, é uma forma de ofender e humilhar, e na maioria dás vezes fazem isso ( pelo simples falto de  não possuir um conhecimento, argumentos coerente dentro de uma exegese minuciosa e sólida. A falta de cultura de muitos é  grande, e principalmente dos evangélicos que contribui muito pra tal ignorância ! )

 “Desigrejado” não é um desviado..! Desviado é alguém que se afastou totalmente de Cristo, já “desigrejado” é alguém que se afastou de uma "igreja" (denominação), por livre e espontânea vontade, porém não se afastou das  verdades do ETERNO.

“Desigrejado” é alguém que mantém a sua comunhão com Cristo, mas que não tem mais vínculo com "igreja" (denominação) alguma, pelo contrário seu compromisso é somente alertar os irmãos,  salvar suas mentes do engano  doutrinários e falar sobre o genuíno evangelho contidos nas 14 cartas do apóstolo Paulo,  Evangelho esse revelado no 3 céu ou seja de romanos a hebreus. ( Evangelho da incircuncisão, Eterno pra gentios e judeus )

É possível que alguém que não freqüente uma "igreja", tenha comunhão com Deus ? A resposta é SIM. O fato de alguém freqüentar uma  "igreja" NÃO significa que este alguém tenha comunhão com Deus. Comunhão com Deus é uma questão de escolha pessoal. Alguém pode freqüentar uma "igreja" e não ter comunhão com Deus..! pra ter comunhão com o CRIADOR primeiro você tem que conhece-lo  a sua vontade e ter entendimento de tudo que Ele te proporcionou. Do mesmo modo, uma pessoa pode não freqüentar uma "igreja", e TER comunhão com Deus.

Abençoados temos que buscar conhecimento em estudos que nos edifique, é termos  a mente aberta disposta para entender tudo que diz respeito a graça de Deus.

Outro fato importante, é que toda vez que a Bíblia fala de “igreja”, ela (a Bíblia) não está se referindo a "templos", mas a cultos que eram feitos, principalmente, em lares, templo só foi o construído por Salomão e quê veio abaixo em 70 dC digo destruído pelo general Tito  na segunda vinda de Jesus em juízo sobre Israel a onde milhares de judeus foram mortos. Na época em que a igreja primitiva anunciava o evangelho,não era bem vista pelo Império Romano. O apóstolo Paulo formou a igrejas de pessoas, grupos que se reunia em lares ou seja em QUALQUER LUGAR seguro e adequado.

O fato de alguém não freqüentar uma "igreja" (denominação) torna esta pessoa MENOS CRISTÃ ? A resposta é NÃO. Alguém pode ser um cristão com um excelente testemunho e, no entanto, não freqüentar igreja (instituição) alguma. O bom testemunho de um cristão NÃO se resume ao fato dele freqüentar ou não, uma "igreja" evangélica.

E por que tantos "evangélicos" estão deixando de freqüentar as "igrejas" em que congregavam anteriormente ? Resposta: devido todos estes escândalos no meio evangélico, que estão ocorrendo todos os dias em nosso país por ganância ao dinheiro. Infelizmente, muitas "igrejas" (evangélicas) deixaram de ser a muito tempo um lugar de comunhão com  Deus", e se tornando verdadeiras “indústrias da fé”.

Em muitas "igrejas", que se dizem (evangélicas), as pessoas, para serem bem-vindas, precisam obedecer cegamente seus líderes que se dizem "pastor" e contribuindo com muito dinheiro para a “obra de Deus”, como dizeres; que se NÃO converter seu bolso a pessoa não é cristão e está roubando  a Deus e que o devorador vai consumir seus bens e que o " diabo" vai pegar ele rsss...

Esses cães gulosos tem trazido muito prejuízo e desgaste e escravidão às ovelhas de Deus, ao ponto de muitas delas optarem por não mais freqüentar mais esse lugares "igreja". Estas pessoas estão erradas ? NÃO..! NÃO estão..!

Ninguém é obrigado a freqüentar uma "igreja" que na maioria das vezes o único objetivo é pedir dinheiro, de forma insistente e exaustiva; ninguém é obrigado a freqüentar uma "igreja" que ensina que as bênçãos de Deus, todas elas, estão atreladas a dinheiro. Enfim, ninguém é obrigado a freqüentar um a "igreja" para ser ludibriado e explorado financeiramente. Infelizmente, está difícil de encontrar uma "igreja" evangélica do sistema religioso que não explore financeiramente suas ovelhas e até muitas que se dizem em GRAÇA que pregue as verdades do evangelho genuíno sem fermentos da LEI nos dias de hoje, principalmente no meio pentecostal e neo-pentecostal. Tudo gira ao redor do dinheiro, em grande parte dessas igrejas. NESTAS "IGREJAS", O QUE VALE NÃO É: “POSSO TUDO NAQUELE QUE ME FORTALECE”, MAS: “POSSO TUDO NAQUILO QUE ME ENRIQUECE”.

Em virtude de tudo isto, não devemos subjugar os que não frequenta mais denominações, nem tão pouco chamá-los de desviados ou desigrejados. No entanto, não devemos nunca abandonar a nossa comunhão com Deus; isto SIM deve ser sempre preservado.

Pra concluir, nós somos os verdadeiros TEMPLOS do Deus vivo, e o fato de não freqüentarem uma igreja (instituição), não significa que nós somos menos cristãos.

Não descuidem da vida espiritual de vocês, a (oração e leitura da  Bíblia, e de outros livros com o de Flávio Joséfo e outros para que possamos ter um entendimento completo), porquê nos ajuda muito em nossa comunhão e edificação, pois, não é devido ao fato de  não freqüentarem esses "lugares religiosos. O esfriamento espiritual isso é consequência de não se aprofundar no evangelho graça e na escatologia plena e abrindo brechas pra obras da carne, busque o conhecimento pra que não sejam levados por todo vento de doutrina, achando que o certo é errado e virse e versa.

Espero que todos tenham a consciência de que DEUS é SOBERANO e não fica dependente do homens, nem muito menos de espaço e "templos"..! pois o MESMO é o que criou tudo e todos..!

Graça e paz a todos !

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração por John Piper

Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração

por

John Piper


21 de julho de 1986



Pano de fundo e Introdução

Em toda a minha vida adulta, até o momento em que encarei a necessidade de lidar com divórcio e novo casamento no contexto pastoral, sustentei a visão protestante prevalecente, que afirma que o novo casamento após o divórcio é sancionado biblicamente em casos em que o divórcio foi resultado de uma deserção ou de adultério persistente. Somente quando eu fui compelido, alguns anos atrás, ao estudar Lucas, a lidar com a afirmação absoluta de Jesus em Lucas 16.18, comecei a questionar esta posição inerente.

Eu senti um peso imenso por ter de ensinar à nossa congregação qual a vontade revelada de Deus neste assunto de divórcio e novo casamento. Eu não estava desavisado que entre meu povo haviam aqueles que se divorciaram-se e casaram-se novamente, aqueles que se divorciaram e permaneceram descasados, e aqueles que estavam em processo de divórcio ou contemplando isto como uma possibilidade. Eu sabia que isto não seria um exercício acadêmico, mas que de imediato afetaria várias pessoas muito profundamente.

Eu também estava ciente das horrendas estatísticas em nosso próprio país, assim como em outros países ocidentais, a respeito do número de casamentos que terminam em divórcio, e do número de pessoas que estão no segundo e terceiro casamentos. Em meu estudo de Efésios 5, fui cada vez mais convencido que há uma profunda significação na união de marido e mulher em “uma só carne” como parábola do relacionamento entre Cristo e sua igreja.

Todas as coisas conspiravam para criar um sentimento de solenidade e seriedade enquanto eu pesava o significado e a implicação dos textos bíblicos sobre divórcio e novo casamento. O resultado desta experiência crucial foi a descoberta do que eu creio, uma proibição neotestamentária de todo novo casamento, exceto no caso em que o cônjuge faleceu. Eu não afirmo que encontrei ou disse a última palavra nesta questão, nem que eu estou além de correção caso prove-se que estou errado. Estou ciente de que homens mais piedosos que eu tiveram opiniões diferentes. Entretanto, todas as pessoas e igrejas devem ensinar e viver de acordo com o que dita sua própria consciência informada por um sério estudo da Bíblia.

Como conseqüência, este documento é uma tentativa de afirmar meu próprio entendimento deste assunto e seu fundamento na Escritura. Serve, portanto, como uma explanação bíblica do por que me sinto constrangido a tomar as decisões que tomo a respeito daqueles casamentos que realizarei e que tipo de disciplina eclesiástica parece-me apropriada em questões de divórcio e novo casamento.

Se eu desse uma exposição exaustiva de cada texto relevante, esta declaração viraria um gigantesco livro. Assim, o que planejo é trazer algumas explanações breves de cada um dos textos cruciais, como alguns argumentos exegéticos chaves. Haverão, sem dúvida, muitas questões que podem ser levantadas, e eu espero ser capaz de aprender com estas questões, e fazer o meu melhor para respondê-las na discussão que seguirá a esta declaração.

Parece que a forma mais eficiente de iniciar esta questão é simplesmente dar uma lista de razões, baseadas em textos bíblicos, com motivos para eu crer que o Novo Testamento proíbe todos os novos casamentos, exceto quando o cônjuge faleceu. O que se segue é uma lista desses argumentos.


Onze razões para eu crer que todo novo casamento após o divórcio é proibido enquanto os cônjuges estiverem vivos


1) Lucas 16.18 nos diz que todo novo casamento após o divórcio é adultério

Lucas 16.18: Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também.

1.1) Este verso mostra que Jesus não reconhece o divórcio como o término de um casamento aos olhos de Deus. A razão para o segundo casamento ser chamado de adultério é porque o primeiro é considerado ainda válido. Assim, Jesus está tomando uma posição contra a cultura judaica, em que considerava-se que todo divórcio levava ao direito de um novo casamento.

1.2) A segunda metade do versículo mostra que não apenas o homem divorciado é culpado de adultério quando ele casa-se novamente, mas também qualquer homem que casa-se com uma mulher divorciada.

1.3) Uma vez que não há exceções mencionadas no verso, e uma vez que Jesus está claramente rejeitando o conceito cultural comum de que o divórcio inclui o direito ao novo casamento, os primeiros leitores deste evangelho teriam uma grande dificuldade em argumentar qualquer exceção baseada na idéia de que Jesus compartilhava a premissa de que o divórcio por infidelidade ou deserção liberava um cônjuge para um novo casamento.


2) Marcos 10.11-12 chama todo novo casamento após o divórcio de adultério, seja o marido ou a esposa quem se divorcia

Marcos 10.11-12: E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.

2.1) Esse texto repete a primeira metade de Lucas 16.18, mas vai além e diz que está cometendo adultério não apenas o homem que divorcia, mas também a mulher que divorica, e então casa-se novamente.

2.2) Como em Lucas 16.18, não há exceção mencionada a esta regra.


3) Marcos 10.2-9 e Mateus 19.3-8 ensinam que Jesus rejeitou a justificativa dos fariseus para divórcio em Deuteronômio 24.1 e reafirma o propósito de Deus na Criação, de que nenhum ser humano separe o que Deus uniu.

Marcos 10.2-9: E, aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher? 3 Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? 4 E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar. 5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento; 6 Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. 7 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, 8 E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.

Mateus 19.3-9: Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, 5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? 8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. 9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

3.1) Tanto em Mateus quanto em Marcos, os fariseus vêm a Jesus e o provam ao perguntá-lo se é lícito a um homem divorciar-se de sua esposa. Eles evidentemente tinham em mente a passagem em Deuteronômio 24.1, que simplesmente descreve o divórcio, ao invés de dar qualquer legislação a favor disto. Eles se perguntam como Jesus se posicionará a respeito desta passagem.

3.2) A resposta de Jesus é “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres” (Mt 19.8)

3.3) Mas então Jesus critica a falha dos fariseus em reconhecer nos livros de Moisés a intenção original e mais profunda de Deus para o casamento. Então ele cita duas passagens de Gênesis. “Homem e mulher [Deus] os criou... Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 1.27; 2.24)

3.4) Destas passagens de Gênesis, Jesus conclui: “Assim não são mais dois, mas uma só carne”. E então, ele faz sua afirmação decisiva: “O que Deus ajuntou não o separe o homem”

3.5) A implicação é que Jesus rejeita o uso de Deuteronõmio 24.1 dos fariseus e apresenta o padrão de casamento para seus discípulos na intenção original de Deus na Criação. Ele diz que nenhum de nós deveria tentar desfazer a relação “uma só carne” que Deus uniu.

3.6) Antes de pularmos para a conclusão de que esta afirmação absoluta deveria ser qualificada em vista da cláusula de exceção (“não sendo por causa de prostituição”) mencionada em Mateus 19.9, devemos seriamente aceitar a possibilidade de que a cláusula de exceção em Mateus 19.9 deveria ser entendida à luz da afirmação absoluta de Mateus 19.6, (“não o separe o homem”), especialmente porque os versículos que seguem esta conversação com os fariseus em Marcos não contêm qualquer exceção quando condenam um novo casamento. Mais sobre isso abaixo.


4) Mateus 5.32 não ensina que o novo casamento é lícito em alguns casos. Pelo contrário, reafirma que casamento pós-divórcio é adultério, mesmo para aqueles que divorciaram-se inocentemente, e que um homem que divorcia-se de sua esposa é culpado de adultério do segundo casamento dela, a não ser que ela já tenha se tornado adúltera antes do divórcio.

Mateus 5.32: Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.

4.1) Jesus assume que em muitas situações naquela cultura, a esposa que foi repudiada por um marido será encaminhada para um segundo casamento. No entanto, a despeito desta pressão, Jesus chama este segundo casamento de adultério.

4.2) O que chama atenção na primeira metade deste versículo é que o novo casamento de uma esposa que foi inocentemente repudiada é ainda assim um adultério: “qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela (a esposa inocente que não foi infiel) cometa adultério”. Esta é uma afirmação clara, como me parece, de que o novo casamento é errado não simplesmente quando uma pessoa é culpada no processo de divórcio, mas também quando uma pessoa é inocente. Em outras palavras, a oposição de Jesus ao novo casamento parece ser baseada na indestrutibilidade da união do casamento, a não ser pela morte.

4.3) Eu deixarei minha explanção da cláusula de exceção (“a não ser por causa de prostituição”) para mais adiante na declaração, mas por enquanto, é suficiente dizer, sobre a interpretação tradicional da cláusula, que simplesmente significa que um homem faz de sua esposa uma adúltera exceto no caso em que ela fez a si própria uma.

4.4) Eu assumo que, uma vez que uma esposa inocente que é divorciada comete adultério quando ela casa-se novamente, segue-se que uma esposa culpada que casa-se novamente após o divórcio torna-se muito mais culpada. Se alguém argumentar que esta esposa culpada é livre para casar-se novamente, enquanto a inocente que foi repudiada não é, já que o adultério da culpada quebrou o relacionamento de “uma só carne”, então esta pessoa deve colocar-se na inconveniente posição de dizer à divorciada inocente que “se agora você cometer adultério, será lícito você casar-se novamente”. Isto parece ser errado por pelo menos duas razões.

4.4.1) Isto parece elevar o ato físico de relação sexual ao elemento decisivo em união e separação conjugal.

4.4.2) Se a união sexual com outro quebra os laços de casamento e legitima o novo casamento, então dizer que uma divorciada inocente não pode casar-se novamente (como Jesus realmente diz) assume que o marido divorciado dela não está se divorciando para ter relações sexuais com outra. Isto signifca assumir uma postura muito improvável. Mais provável é que Jesus assuma que alguns desses maridos divorciados terão relações sexuais com outra mulher, mas ainda assim as esposas de quem eles se divorciaram não podem casar-se novamente. Portanto, adultério não anula o relacionamento de “uma só carne” do casamento, e tanto o cônjuge culpado quanto o inocente são proibidos de casar-se novamente em Mateus 5.32.


5) 1 Coríntios 7.10-11 ensina que o divórcio é errado, porém se é inevitável, a pessoa que se divorcia não deve casar-se novamente.

1 Coríntios 7.10-11: Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. 11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.

5.1) Quando Paulo diz que esta ordem não é sua, mas do Senhor, eu acredito que ele quer dizer que está ciente de um específico dito do Jesus histórico que trata desta questão. Como prova, estes versos parecem-se muito com Marcos 10.11-12, porque é destinado tanto ao marido quanto à esposa. Além disso, o novo casamento parece ser excluído do verso 11, da mesma forma que é excluído em Marcos 10.11-12

5.2) Paulo parece saber que a separação será inevitável em alguns casos. Talvez ele tenha em mente uma situação de um adultério sem arrependimento, ou deserção, ou brutalidade. Mas em um caso assim, ele diz que a pessoa que se sente constrangida à separar-se não deveria procurar um novo casamento e deveria permanecer solteira. E ele reforça a autoridade desta instrução ao dizer que ele tem uma palavra do Senhor. Portanto, a interpretação dos dizeres de Jesus é que um novo casamento não deve ser procurado.

5.3) Como em Lucas 16.18, Marcos 10.11-12 e Mateus 5.32, o texto não explicita consideração sobre a possibilidade de qualquer exceção à proibição do novo casamento.


6) 1 Coríntios 7.39 e Romanos 7.1-3 ensinam que o novo casamento é lícito somente depois da morte do cônjuge.

1 Coríntios 7.39: A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.

Romanos 7.1-3: Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? 2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. 3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

6.1) Em ambas as passagems (1 Coríntios 7.39; Romanos 7.2) é dito explicitamente que uma mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Nenhuma exceção é explicitamente mencionada que sugeriria que ela pudesse ser livre de seu marido e casar-se com outro usando outra base.


7) Mateus 19.10-12 ensina que uma graça cristã especial é dada por Deus a discípulos que sustentam-se na vida de solteiro, quando renunciam casar-se novamente de acordo com a lei de Cristo.

Mateus 19.10-12: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. 11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.

7.1) Logo antes desta passagem, em Mateus 19.9, Jesus proibiu todos casamento após o divórcio (eu lidarei com o significado de “não sendo por causa de prostituição” abaixo). Isto pareceu como uma proibição intolerável aos discípulos de Jesus: se você fechar qualquer possibilidade de novo casamento, então você faz o casamento tão arriscado que seria melhor não casar-se, uma vez que ou você está “preso” a viver como um solteiro o resto de sua vida ou você estará “preso” em um casamento ruim.

7.2) Jesus não nega a tremenda dificuldade deste mandamento. Pelo contrário, ele diz no verso 11 que a capacidade de cumprir o mandamente de não casar-se novamente é um dom divino aos seus discípulos. Verso 12 é um argumento de que uma vida assim é de fato possível, porque existem pessoas que por amor ao Reino, e também por razões menores, dedicaram-se a si mesmas para viver uma vida de solteiro.

7.3) Jesus não está dizendo que alguns de seus discípulos têm a habilidade de obedecer este casamento de não casar-se novamente e outros não. Ele está dizendo que a marca de um discípulo é que eles receberão um dom de contigência, enquanto não-discípulos não. A evidência para isto é que 1) o paralelo entre Mateus 19.11 e 13.11; 2) O paralelo entre Mateus 19.12 e 13.9,43 e 11.15; e 3) o paralelo entre Mateus 19.11 e 19.26.


8) Deuteronômio 24.1-4 não legisla base para o divórcio, mas ensina que o relacionamento “uma só carne” estabelecido pelo casamento não é destruído pelo divórcio e mesmo pelo novo casamento.

Deuteronômio 24.1-4: Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 E este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.

8.1) O que chama atenção nestes quatro versos é que, enquanto o divórcio é garantido, ainda assim a mulher divorciada torna-se “contaminada” por seu novo casamento (verso 4). Pode muito bem ser que, quando os fariseus perguntaram a Jesus se o divórcio era legítimo, ele baseou sua resposta negativa não somente na intenção de Deus expressa em Gênesis 1.27 e 2.24, mas também em Deuteronômio 24.4, em que o novo casamento pós-divórcio contamina a pessoa. Em outras palavras, existiam várias pistas na lei mosaica de que a concessão do divórcio era baseada na dureza do coração humano, e realmente não tornavam o divórcio e o novo casamento legítimos.

8.2) A proibição da esposa retornar ao seu primeiro marido mesmo depois que o segundo marido morrer (porque é uma abominação) sugere muito fortemente que nem o segundo casamento deveria ser rompido a fim de restaurar o primeiro (para a explanção de Heth e Wenham disto, veja Jesus and Divorce, p. 110).


9) 1 Coríntios 7.15 não quer dizer que, quando um cristão é abandonado por um cônjuge incrédulo, ele está livre para casar-se novamente. Significa que o cristão não está obrigado a lutar a fim de preservar a união. Separação é permissível se o parceiro incrédulo insiste nisso.

1 Coríntios 7.15: Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.

9.1) Existem muitas razões para que a frase “não está sujeito à servidão” não deveria ser construída para significar “é livre para casar-se novamente”

9.1.1) Casamento é uma ordenança da Criação ligando todas as criaturas humanas de Deus, a despeito de sua fé ou falta de fé

9.1.2) A palavra usada para “servidão” (douloo) no verso 15 não é a mesma palavra usada no verso 39, em que Paulo diz: “A mulher casada está ligada (deo) pela lei todo o tempo que o seu marido vive”. Paulo consistentemente usa deo quando fala do aspecto legal de ser ligado a um cônjuge (Romanos 7.2; 1 Coríntios 7.39), ou comprometido com alguém (1 Coríntios 7.27). Mas quando ele refere-se a uma esposa abandonada não estar ligada em 1 Coríntios 7.15, ele escolhe uma palavra diferente (douloo), que esperaríamos que ele fizesse já que ele não está dando a um cônjuge abandonado a mesma liberdade para casar-se novamente como ele dá ao cônjuge cujo parceiro morreu (verso 39).

9.1.3) A última frase do verso 15 (“Deus chamou-nos para a paz”) suporta o verso 15 melhor se Paulo está dizendo que um parceiro abandonado não é “obrigado a fazer guerra” contra o incrédulo desertor para que ele ou ela permaneça. Me parece que a paz que Deus tem nos chamado é a paz da harmonia matrimonial. Portanto, se o parceiro incrédulo insiste em afastar-se, então o parceiro crente não está obrigado a viver em conflito perpétuo com o cônjuge incrédulo, mas é livre e inocente para deixá-lo(a) partir.

9.1.4) Esta interpretação também preserva uma harmonia fiel com a intenção dos versos 10-11, em que a separação inevitável não resulta no direito de um novo casamento.


10) 1 Coríntios 7.27-28 não esina o direito das pessoas divorciadas a casarem-se novamente. Ensina que virgens noivos devem seriamente considerar a vida de solteiro, mas que eles não pecam se se casarem.

1 Coríntios 7.27-28: Estás ligado à mulher? não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher. 28 Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos.

10.1) Recentemente algumas pessoas têm argumentado que esta passagem lida com pessoas divorciadas, porque no verso 27 Paulo pergunta: “Estás livre de mulher?”. Alguns assumem que ele quer dizer “Estás divorciado?”. Portanto o que ele estaria dizendo no verso 28 é que não é pecado quando pessoas divorciadas casam-se novamente. Existem muitas razões para esta interpretação ser a mais improvável.

10.1.1) O verso 25 sinaliza que Paulo está começando uma nova seção e lidando com uma nova questão. Ele diz “Ora, quanto às virgens (ton parthenon) não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel”. Ele já lidou com o problema das pessoas divorciadas nos versos 10-16. Agora ele toma uma nova questão, sobre aqueles que ainda não são casados, e ele sinaliza isso ao dizer “Ora, quanto às virgens”. Portanto, é muito improvável que as pessoas referidas nos versos 27 e 28 sejam as divorciadas.

10.1.2) Uma afirmação simples de que não é pecado para as pessoas divorciadas casarem-se novamente (verso 28) contradiz o verso 11, em que é dito que uma mulher que se separou de seu marido deveria permanecer solteira.

10.1.3) Verso 36 certamente está descrevendo a mesma situação em vista nos versos 27 e 28, mas claramente refere-se a um casal que ainda não é casado. “Mas, se alguém julga que trata indignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se”. Isto é o mesmo do verso 28, em que Paulo diz “Mas, se te casares, não pecas”.

10.1.4) A referência no verso 27 a ser ligado à “mulher” pode ser mal-entendida porque pode sugerir que o homem já é casado. Mas no grego, a palavra para esposa é simplesmente “mulher” e pode referir-se tanto à noiva de um homem quanto à sua esposa. O contexto dita que a referência é à noiva virgem de um homem, não à sua esposa. Assim, “Estás ligado à mulher” e “Estás livre de mulher?” tem de fazer referência a uma pessoa que é noiva ou não.

10.1.5) É significante que o verbo que Paulo usa para “estás livre” (luo) não é uma palavra que ele usa para divórcio. As palavras de Paulo para divórcio são chorizo (versos 10,11,15; cf. Mateus 19.6) e aphelia (versos 11,12,13).


11) A cláusula de exceção de Mateus 19.9 não precisa implicar que o divórcio em caso de adultério libera uma pessoa a casar-se novamente. Todo o peso das evidências dadas pelo Novo Testamento nos dez pontos anteriores é contra esta visão, e existem várias formas de fazer um bom julgamento deste verso, de forma que ele não entre em conflito com o ensinamento geral do Novo Testamento de que um novo casamento após o divórcio está proibido.

Mateus 19.9: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

11.1) Há muitos anos atrás eu ensinei nossa congregação em dois cultos noturnos a respeito do meu entendimento deste verso e argumentei que “não sendo por causa de prostituição” não se refere ao adultério, mas à fornicação sexual antes do casamento que um homem ou uma mulher descobre no noivo. Desde que descobri outras pessoas que sustentam essa visão e que deram uma exposição muito mais acadêmica que eu fiz, tenho também descoberto numerosas outras formas de entender que este verso também exclui a legitimidade do novo casamento. Muitas delas estão sumarizadas em Jesus and Divorce, William Heth e Gordon J. Wenham (Nelson:1984).

11.2) Aqui eu simplesmente darei um resumo breve de meu próprio ponto de vista de Mateus 19.9 e como cheguei a ele.

Eu comecei, primeiramente, ao ser incomodado pela forma absoluta da denúncia de Jesus contra o divórcio e o novo casamento em Marcos 10.11,12 e Lucas 16.18 não está preservado em Mateus, se na verdade esta cláusula de exceção é uma brecha para o divórcio e novo casamento. Eu estava incomodado pela simples idéia que tantos escritores fazem, de que Mateus simplesmente está tornando explícito algo que era implicitamente entedido pelos ouvintes de Jesus ou os leitores de Marcos 10 e Lucas 16.

Eles realmente teriam assumido que as afirmações absolutas incluiam exceções? Eu duvido muito, e portanto minha inclinação é questionar se de fato ou não a exceção de Mateus conforma-se com o absoluto de Marcos e Lucas.

A segunda coisa que começou a me incomodar foi a questão – Por que Mateus usa a palavra porneia (“não sendo por causa de prostituição”) ao invés da palavra moicheia , que significa adultério? Quase todos os comentaristas parecem simplesmente presumir que porneia significa adultério neste contexto. A questão que persistia era por que Mateus não usaria a palavra para adultério, se isto fosse o que ele realmente queria dizer.

Então notei algo muito interessante. O único outro lugar, além de 5.32 e 19.9, em que Mateus usa a palavra porneia é em 15.19, onde é usada ao lado de moicheia . Portanto, é a evidência contextual primária para o uso de Mateus é que ele concebe porneia como algo diferente de adultério. Poderia isto significar, então, que Mateus concebe porneia em seu sentido normal de fornicação ou incesto (1 Coríntios 5.10), ao invés de adultério?

A. Isaksson concorda com esta visão de porneia e apresenta sua pesquisa, parecida com esta, nas páginas 134 e 135 de Marriage and Ministry :

Portanto, não podemos fugir do fato de que a distinção entre o que era considerado como porneia e o que era considerado como moicheia foi minuciosamente mantido na literatura judaica pré-cristã e no NT. Porneia pode, é claro, denotar diferentes formas de relações sexuais proibidas, mas não podemos encontrar exemplos inequívocos do uso desta palavra para denotar o adultério conjugal. Sob estas circunstâncias dificilmente poderíamos assumir que esta palavra significa adultério na cláusula em Mateus. A logia do divórcio foi escrita como um parágrafo da Lei, intentando ser obedecida pelos membros da Igreja. Debaixo destas circunstâncias é inconcebível que, em um texto desta natureza, o autor não tivesse mantido uma clara distinção entre o que era a falta de castidade e o que era adultério: moicheia e não porneia seria usada para descrever o adultério da esposa. Do ponto de vista filológico existem argumentos fortíssimos contra esta interpretação da cláusula permitindo divórcio no caso da esposa ser culpada de adultério.

A próxima pista de minha busca por uma explicação veio quando estudei sobre o uso de porneia em João 8.41, em que os líderes judeus indiretamente acusam Jesus de ser nascido de porneia . Em outras palavras, uma vez que eles não aceitava o nascimento virginal, assumem que Maria havia cometido fornicação, e Jesus era resultado deste ato. Com base nesta pista, eu voltei para estudar o registro de Mateus do nascimento de Jesus em Mateus 1.18-20. Isto foi extremamente elucidador.

Nesses versos, José e Maria são referidos como marido ( aner ) e esposa ( gunaika ). Ainda assim, eles são descritos como noivos somente. Isto provavelmente vem do fato de que as palavras para marido e esposa eram simplesmentem homem e mulher, e do fato de que o noivado era um comprometimento muito mais significante do que é hoje. No verso 19, José resolve “divorciar-se” de Maria. A palavra para “deixá-la” é a mesma palavra de Mateus 5.32 e 19.9. Mas, mais importante que tudo, Mateus diz que José foi “justo” ao tomar a decisão de divorciar-se de Maria, presumivelmente por causa de porneia , fornicação.

Portanto, enquanto Mateus procede em construir a narrativa de seu Evangelho, ele encontra-se no capítulo 5 e depois no capítulo 19 precisando proibir todo casamento pós-divórcio (como ensinado por Jesus) e ainda permitir “divórcios” como aquele que José considerou como possibilidade, por pensar que sua noiva era culpada de fornicação ( porneia ). Assim, Mateus inclui a cláusula de exceção em particular para exonerar José, mas também no geral para apresentar que o tipo de “divórcio” que alguém talvez procure durante um noivado por causa de fornicação não está incluído na proibição absoluta de Jesus.

Uma objeção comum a esta interpretação é que em Mateus 19.3-8 e Mateus 5.31-32, a questão que Jesus responde é sobre casamento e não sobre noivado. O argumento é que “não sendo por causa de prostituição” é irrelevante no contexto do casamento.

Minha resposta é que esta irrelevância é simplesmente o ponto aonde Mateus quer chegar. Podemos ter por certo que o rompimento de um casal de noivos por causa de fornicação não é um “divórcio” ruim e não proibe um outro casamento. Mas não podemos assumir que os leitores de Mateus tinham isso por certo

Mesmo em Mateus 5.32, que parece sem importância para nós excluir o caso da fornicação (uma vez que não podemos ver como uma virgem noiva poderia ser feita adúltera), isto poderia não ser inútil para os leitores de Mateus. Na verdade, não deveria ser sem importância para nenhum leitor: se Jesus tivesse dito “todo homem que se divorciar de sua mulher faz dela uma adúltera”, um leitor legitimamente poderia perguntar “Então José estava pra fazer de Maria uma adúltera?”. Podemos dizer que esta questão não é razoável, uma vez que acreditamos que você não pode fazer mulheres solteiras serem adúlteras. Mas, certamente isto não é sem propósito ou, talvez para alguns leitores, inútil, pois Mateus fez explícita a óbvia exclusão do caso de fornicação durante o noivado.

Esta interpretação da cláusula de exceção tem sérias vantagens:

Não força Mateus a contradizer o significado claro e absoluto de Marcos e Lucas, e o inteiro ensinamento do Novo Testamento apresentado nas seções 1-10, incluindo o próprio ensinamento absoluto de Mateus em 19.3-8
Provê uma explicação de por que a palavra porneia é usada na cláusula de exceção de Mateus ao invés de moicheia .
Concorda com o uso do próprio Mateus de porneia para fornicação em Mateus 15.19
Encaixa-se com a necessidade do contexto maior de Mateus a respeito de José considerar o divórcio
Desde a primeira vez que escrevi esta exposição de Mateus 19.9 descobri um capítulo com esta visão em Heth e Wenham, Jesus and Divorce , e uma defesa acadêmcia disto em A. Isaksson, Marriage and Ministry in New Temple (1965).


Conclusão e Aplicação

No Novo Testamento, a questão sobre o novo casamento pós-divórcio não é determinada por:

A culpa ou inocência de qualquer cônjuge
Nem se qualquer cônjuge é crente ou não
Nem pelo caso do divórcio ter acontecido antes ou depois da conversão de qualquer dos cônjuges
Nem pela facilidade ou dificuldade de viver como solteiro pelo resto da vida na Terra
Nem se há adultério ou deserção envolvidos
Nem pela realidade da dureza do coração humano
Nem por permissividade cultural da sociedade em redor
Pelo contrário, é determinado pelo fato de que:

Casamento é um relacionamento de “uma só carne” estabelecido por Deus e de extraordinária significância aos olhos de Deus (Gênesis 2.24; Mateus 19.5; Marcos 10.8)
Somente Deus, não o homem, pode terminar esta relação de “uma só carne” (Mateus 19.6; Marcos 10.9 – isto é porque o novo casamento é chamado de adultério por Jesus: ele assume que o primeiro casamento ainda está valendo, Mateus 5.32; Lucas 16.18; Marcos 10.11)
Deus termina o relacionamento de “uma só carne” somente por meio da morte de um dos cônjuges (Romanos 7.1-3; 1 Coríntios 7.39)
A graça e o poder de Deus são prometidos e são suficientes para capacitar um cristão divorciado e fiel a ser solteiro por toda sua vida terrena, se necessário (Mateus 19.10-12,26; 1 Coríntios 10.13)
Frustrações temporárias e desvantagens são muito mais preferíveis que a desobediência do novo casamento, e produzirá profunda e duradoura alegria tanto nesta vida como na vida porvir.
Aos que já casaram-se novamente:

Devem reconhecer que a escolha de casar-se de novo e o ato de entrar em um segundo casamento foi um pecado, confessá-lo como tal e buscar perdão
Devem não tentar retornar ao seu primeiro parceiro após entrar numa segunda união (veja 8.2 acima)
Devem não se separar e viver como solteiros pensando que isto resultaria em menos pecado porque todas as suas relações sexuais são adultério. A Bíblia não dá prescrições para este caso particular, mas trata o segundo casamento como tendo significância aos olhos de Deus.Isto é, existem promessas feitas e uma união foi formada. Não deveria ter sido formada, mas foi. Isto não deve ser tomado levianamente. Promessas existem para serem mantidas, e a união deve ser santificada a Deus. Embora não seja o estado ideal, permanecer em um segundo casamento é a vontade de Deus para um casal e suas relações seguintes não devem ser vistas como adúlteras.


21 de Julho de 1986


Nota: Os leitores desta declaração devem ter certeza de consultarem a declaração oficial do Concílio de Diáconos da Igreja Batista Bethlehem, intitulado A Statement on Divorce and Remarriage in the Life of Bethlehem Baptist Church. Este documento, datado de 2 de maio de 1989, apresenta a posição sobre divórcio e novo casamento que guiará a igreja em questões de membresia e disciplina. A declaração que você tem em mãos NÃO é a posição oficial da igreja sobre divórcio e novo casamento. É o meu próprio entendimento das Escrituras e portanto as linhas-mestras para minha própria vida, ensinamentos e envolvimento ministerial em casamentos. Mas eu pretendo respeitar a declaração oficial (cujo primeiro rascunho foi escrito por mim mesmo) como nosso guia em questões de membresia e disciplina. Eu faço esta declaração acessível para que a base de certas afirmações da declaração oficial possam ser facilmente obtidas.





Traduzido por: Josaías Cardoso

Agradecemos ao tradutor, que gentilmente se dispôs a traduzir esse artigo para o site Monergismo.com.


Este artigo é parte integrante do portal http://www.monergismo.com/. Exerça seu Cristianismo: se vai usar nosso material, cite o autor, o tradutor (quando for o caso), a editora (quando for o caso) e o nosso endereço. Contudo, ao invés de copiar o artigo, preferimos que seja feito apenas um link para o mesmo, exceto quando em circulações via e-mail.