SÍNTESE DO TÓPICO I
Os gentios não faziam parte do pacto da circuncisão e, por isso, estavam excluídos da aliança com Deus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
O primeiro tópico deve atingir o objetivo didático básico de deixar bem embasado dois conceitos que aparecem na Epístola:
“Circuncisão” e “Incircuncisão”.
A ideia aqui é explicar o conceito espiritual que tais termos apresentam na Epístola.
Nesse sentido, ao explicá-lo, atente para o seguinte texto:
“Ef 2:11, Paulo lembra aos seus leitores gentios
a condição desvantajosa de seu estado anterior ao evangelho. Gênesis 1–2 revela a unidade fundamental da raça humana em seu início.
Após a queda (Gn 3) e o grande dilúvio (Gn 6–8), ocorreu a desintegração e a humanidade foi dividida em diferentes nações, Deus escolheu Abraão e seus descendentes judeus para serem o povo do pacto divino (Gn 12–50).
A circuncisão dos homens judeus tornou-se um sinal exterior para lembrá-los de sua identidade e das responsabilidades que tinham neste pacto” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.
Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.414).
CONHEÇA MAIS
*A respeito da circuncisão no AT e NT “O Antigo Testamento enfatiza a circuncisão tanto no sentido espiritual quanto no sentido carnal.
O Novo Testamento valoriza somente o sentido espiritual ao atribuir-lhe um significado mais profundo, relacionando-a com a crucificação e a ressurreição de Cristo.”
Para saber mais: (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.423)
II – ESTRANHOS AO CONCERTO DA PROMESSA
Nessa parte, o apóstolo Paulo aponta a situação dos gentios:
“Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa” (Ef 2.12).
1. Uma vida sem Cristo.
Antes de aceitarem a JESUS como Salvador e Senhor, os Efésios não tinham qualquer ligação com JESUS CRISTO, viviam na idolatria.
Como só se chega a DEUS por intermédio de JESUS CRISTO, estavam sem DEUS em suas vidas.
Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, 1 Timóteo 2:5
E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. Atos 4:12
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. João 14:6
Ao descrever a história passada dos gentios, o
apóstolo traz à memória que “naquele tempo”, isto é, antes da regeneração, eles viviam imersos no paganismo e, portanto, “sem Cristo”.
Isso indica que a religiosidade dos gentios era incapaz de inseri-los na promessa messiânica de salvação (Jo 4.22).
Também significa que eles desconheciam a Cristo, como também eram indiferentes às promessas
acerca dEle e de sua obra (Hb 8.8-10).
2. Separados da comunidade de Israel.
Os gentios Efésios não estavam entre o povo de Israel, portanto não tinham aliança com DEUS, portanto não podiam usufruir dos privilégios da aliança de Abraão (Rm 9.4).
Prosperidade financeira, Saúde física, Proteção contra os inimigos, Governo do próprio DEUS no futuro sobre eles, como exemplos das bênçãos da aliança Abraâmica.
Entretanto, o que os gentios precisavam saber era que por meio de CRISTO, eles também se tornariam descendência de Abraão (Gl 3.29).
Ainda no versículo 12 o apóstolo salienta a desvantagem de os gentios não pertencerem à comunidade de Israel "Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo." Efésios 2:12.
Eles estavam excluídos não só dos símbolos externos, mas também não faziam parte do povo escolhido,
e, consequentemente, não podiam usufruir dos privilégios da aliança de Abraão (Rm 9.4).
A constatação cruel era a de que Deus não havia se revelado aos gentios, pois a chamada divina fora
feita somente a Abraão e a sua descendência
(Gn 17.17).
Nessa perspectiva, a lei e as promessas pertenciam somente aos judeus e, desse modo, os gentios
estavam fora do alcance das bênçãos prometidas a Abraão, a Isaque e a Jacó (Mt 22.32).
Entretanto, o que os gentios precisavam saber era que por meio de Cristo, eles também se tornariam descendência de Abraão (Gl 3.29).
3. Alienados aos pactos das promessas.
Sem conhecimento das promessas de DEUS a seu povo, os gentios Efésios viviam na ignorância do amor de DEUS para com todos.
A alianças de DEUS, no decorrer dos tempos, sempre apontavam para a vinda do Messias, JESUS CRISTO, o salvador de todos.
A aliança abraâmica (Gn 12.1-3), a aliança mosaica (Dt 28.1-14) e a aliança davídica (2 Sm 7.13-16).
Agora, uma vez regenerados em CRISTO, é revelada a grandeza do amor divino.
De alienados da promessa, por meio do sangue de JESUS, os gentios tornaram-se herdeiros da maravilhosa promessa (Gl 3.29).
"Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por concerto do povo e para luz dos gentios;" Isaías 42:6
"Disse mais:
Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra. " Isaías 49:6
"para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo e para que, pela fé, nós recebamos a promessa do Espírito." Gálatas 3:14
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo:
Todas as nações serão benditas em ti. Gálatas 3:8
E, no seu nome, os gentios esperarão. Mateus 12:21
Uma vez separados da comunidade de Israel, os gentios desconheciam totalmente os vários pactos que Deus estabelecera com os patriarcas israelitas.
Esses pactos giravam em torno da grande promessa do advento do Messias (At 13.32-37).
Dentre eles:
o “pacto abraâmico” (Gn 12.1-3),
o “pacto mosaico” (Dt 28.1-14) e
o “pacto davídico” (2 Sm 7.13-16).
Esses pactos eram reiterações da promessa messiânica.
Os gentios não tinham noção deles e, por conseguinte, estavam alienados de qualquer promessa ou esperança messiânica.
Agora, uma vez regenerados em Cristo, é revelada a
grandeza do amor divino.
De alienados da promessa, por meio do sangue de
Jesus, os gentios tornaram-se herdeiros da maravilhosa promessa (Gl 3.29).
Esses pactos giravam em
torno da grande promessa do advento
do Messias (At 13.32-37).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A antiga condição dos gentios era desoladora:
- viviam sem Cristo,
- estavam separados de Israel e
- eram estranhos ao concerto da promessa.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Falando mais especificamente sobre a alienação dos gentios, o apóstolo enumera as tragédias espirituais
envolvidas neste estado.
Primeiramente, estes efésios estavam sem Cristo
(Ef 2:12; ‘separados de Cristo’, NTLH).
Antes de ouvirem e responderem à palavra da
graça, eles não tinham ‘parte ou parcela no povo messiânico’, fato que significava que eles não possuíam a esperança do Messias ou qualquer benefício que viesse junto com isto. Sua história era
sem Cristo.
Não há tragédia maior para o ser humano.
Em segundo lugar, eles estavam separados da comunidade de Israel (Ef 2:12).
A alienação é expressa aqui por apallotrousthai, que significa essencialmente ‘excluído da’ (B J) e não
mero afastamento temporário de uma agregação anterior.
Comunidade (politeia) tem dois sentidos:
1) estado ou nação;
2) ‘cidadania’, ou direitos de cidadão.
O primeiro significado está de acordo com a exclusividade nacional dos judeus.
Os gentios estavam fora da comunidade do
povo de Deus, com exceção de alguns prosélitos”
(HOWARD, R. E.; TAYLOR, Willard H.; KNIGHT,
John A. (et al).
Comentário Bíblico Bacon: Gálatas a Filemon.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.139). Esses pactos giravam em torno da grande promessa do advento
do Messias (At 13.32-37).
“A quarta tragédia espiritual, em consequência da anterior, é que estes efésios não possuíam esperança e estavam sem Deus (Ef 2:12).
A ruína moral e espiritual de tais gentios era completa.
Eles não tinham esperança do ‘triunfo final da justiça e amor divino; para eles, as questões finais da história do mundo eram sombrias, preocupantes e
incertas.
A época de ouro deles estava no passado e irremediavelmente perdida, ao passo que a época de ouro do povo judeu estava no futuro’.
Alguém observou que precisamos de uma esperança
infinita, que só a fé em Deus pode dar.
Westcott repara no patético da estranha combinação sem Deus (atheoi, ‘ateus’) e sem esperança.
Eles enfrentavam a natureza e a vida sem esperança, porque não tinham relação com o Intérprete da natureza e da vida.
Wescott afirma que ‘os gentios tinham ‘muitos deuses’ e ‘muitos senhores’, e um Deus como ‘causa primeira’ nas teorias filosóficas, mas nenhum Deus
que amasse os homens e a quem os homens pudessem amar” (HOWARD, R. E.; TAYLOR, Willard H.; KNIGHT, John A. (et al). Comentário Bíblico Bacon: Gálatas a Filemom. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006, p.139).
III – SEM ESPERANÇA E SEM DEUS
Agora Paulo passa a descrever a situação dos gentios que viviam “não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).
Porque, em esperança, somos salvos.
Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará? Romanos 8:24
Os gentios Efésios não tinham esperança porque não tinham conhecimento de DEUS e suas promessas de um futuro glorioso.
Como esperariam o que não sabiam que aconteceria no futuro?
Não lhes foi comunicado isto antes.
Agora Paulo acende neles a esperança depois de ouvirem o evangelho e de aceitarem a JESUS como Salvador e Senhor.
Uma vida eterna com DEUS depois da morte não lhes era nem sonhado.
Nova Jerusalém, morada eterna, nem em imaginação.
Estar com DEUS para sempre nunca imaginaram.
1. Desprovidos de esperança.
A palavra esperança traz a ideia de “confiança”
e, nas Escrituras, o seu principal uso está ligado à confiança nas promessas divinas (Sl 130.5; Jr 17.7). Podemos afirmar que os gentios eram desprovidos dessa esperança por causa de parte da filosofia
grega, que descartava a possibilidade de uma vida além-túmulo (At 17.18,32), e que,
consequentemente, pudesse ser ditosa.
Além dessa questão, embora Deus tivesse
decretado incluir os gentios no plano da salvação, eles mesmos ignoravam essa promessa, e, por isso, não tinham em que sustentar qualquer esperança
(1 Co 9.10).
Como a esperança é a âncora para a alma, os gentios desprovidos dela padeciam de medo e incertezas
(Hb 6.18,19; 2 Co 7.10).
Por conseguinte, a falta de esperança e de paz revelava a ausência de Deus.
2. Sem Deus no mundo.
A expressão “sem Deus” não significa que os gentios
não serviam ou não acreditavam numa divindade
(1 Co 8.4; Gl 4.8).
Ao contrário, eles eram politeístas e idólatras,
pois acreditavam e adoravam a muitos “deuses”. Assim, por meio de seu paganismo, estavam alienados do Deus que havia se revelado a Israel
(Êx 19.1-16).
Isso significa dizer que suas vidas eram regidas pela falsa ideia de divindades pagãs que as mantinham escravizadas em densas trevas espirituais.
Trata-se de uma descrição de um quadro calamitoso.
Entretanto, e felizmente, esse quadro foi alterado pela intervenção dos desígnios eternos do verdadeiro Deus (Jo 17.3).
Os gentios Efésios serviam e adoravam deuses de sua imaginação, eles tinham uma religião, principalmente adoravam a deusa Diana dos Efésios. (1 Co 8.4; Gl 4.8).
“Sem DEUS” não significa que os gentios não serviam ou não acreditavam numa divindade
Ao contrário, eles eram politeístas e idólatras, pois acreditavam e adoravam a muitos “deuses”.
Não há nada pior e mais danoso do que um falso caminho paralelo ao caminho verdadeiro. Parece que o alvo será atingido, mas o resultado é a morte, a condenação.
Entretanto, e felizmente, esse quadro foi alterado pela intervenção dos desígnios eternos do verdadeiro DEUS (Jo 17.3).
DEUS lhes ofereceu a salvação pela pregação do evangelho, através de Paulo.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A antiga condição dos gentios era lamentável, desprovidos de esperança e sem Deus na vida caminhavam a passos largos para a perdição e ao inferno.
CONCLUSÃO
Noutro tempo éramos incircuncisos e estávamos excluídos da aliança com Deus.
Separados de Cristo e de Israel vivíamos alienados ao concerto da promessa, desesperançados e longe de Deus.
Um dia, porém, a magnitude do amor divino
circuncidou os nossos corações, aproximou-nos de Cristo e de Israel, incluiu-nos na esperança da promessa e revelou a nós o único e verdadeiro Deus. Bendito seja o seu santo nome para sempre!
Diante do exposto, temos a certeza de que DEUS ama a todos e quer que todos sejam salvos. Não importa quão negro o nosso passado.DEUS nos ama e envia pregadores para que possamos ouvir o evangelho e crendo, sermos salvos pela sua graça.
DEUS sempre desejou instituir um povo exclusivamente seu.
Através de Adão não deu certo porque Adão pecou e todos os seus descendentes. (daqui nasceram os gentios).
Através de Sete não deu porque seus descendentes se misturaram com os descendentes de Caim.
Através de Noé não deu pois ele mesmo se embebedou e seus descendentes caíram na idolatria, até mesmo os pais de Abraão.
Através de Abraão não deu pois eles tentaram se justificar pela lei.
Ora, o Senhor disse a Abrão:
Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
Gênesis 12:1,2 - (Aqui nasceram os judeus, antes chamados de hebreus) DEUS então institui a igreja através de JESUS CRISTO. (Igreja, sendo formada por todos os que estão em CRISTO).
A Igreja é formada por gentios e judeus (Iraelitas convertidos)
Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de DEUS. 1 Coríntios 10:32
O mistério de CRISTO fala sobre seus desígnios eternos, antes ocultos, mas que no tempo determinado foram revelados –
“O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos” (Cl.1:26) -, mistério esse que aponta para a inclusão dos gentios, juntamente com os judeus, no plano de salvação de toda a humanidade do Senhor JESUS (Ef.3:1-12).
Os Judeus na Igreja.
A Igreja do Senhor JESUS é, em sua origem, judaica. Foi profetizada por um judeu – JESUS (Mt.16:18) -, começou com apóstolos judeus (Mt.10:1-5), na cidade judaica de Jerusalém, por ocasião da Festa Judaica de Shavuot – Semanas (conhecida em grego por Pentecostes, Atos 2). No início da Igreja, a maioria dos “membros” era composta por judeus, ou no máximo prosélitos convertidos ao DEUS de Abraão, Isaque e Israel (Atos 2:5,9-11,37-42)
Os Gentios na Igreja
Porém, quando os gentios começaram a engrossar a fileira dos que criam no Senhor JESUS, os apóstolos judeus desconfiaram, e por isso enviaram representantes da Igreja para saberem o que de fato estava acontecendo (At.8:14). Tais representantes confirmaram que muitos gentios estavam aderindo à fé no CRISTO judeu, nascido de uma virgem judia, que havia morrido pelos pecados da humanidade, sido sepultado e ressuscitado para a salvação de todo aquele que nele crê – primeiro do judeu e também do grego (Rm.1:16).
Os primeiros a crerem, além dos prosélitos gentios de Atos 2, foram os samaritanos, por meio da pregação de Filipe (At.8:5-13), que cumpria a ordem de JESUS de ser sua: “…testemunha tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (At.1:8). O mesmo Filipe evangelizou o ministro das finanças da Etiópia (At.8:26-40), o que resultou no batismo do etíope, cumprindo a ordenança do Senhor JESUS, conforme encontramos em Mateus 28:19: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO”.
O livro de Atos ainda menciona a conversão do centurião gentio Cornélio através do apóstolo Pedro, e é justamente nessa passagem de Atos 10 que temos a questão dos gentios levantada pelos apóstolos em Jerusalém. Pois, até aqui estávamos falando dos samaritanos (uma mistura de gentios com as dez tribos do norte de Israel que ocorreu durante o Cativeiro Assírio 722 d.C.) e o prosélito eunuco, mordomo-mor de Candace.