Há um Oásis no Deserto

quarta-feira, 30 de maio de 2018

GILEADE, de que se trata?

Quem foi Gileade?

Pelo menos três personagens bíblicos são chamados de Gileade.

O primeiro deles foi o filho de Maquir, filho de Manassés. Ele foi o fundador do clã de Gileade, ou seja, o progenitor da família tribal dos gileaditas. A maioria dos gileaditas pertenciam à tribo de Manassés, filho de José, governador do Egito.

"Os filhos de Manassés foram; de Maquir, a família dos maquiritas; e Maquir gerou a Gileade; de Gileade, a família dos gileaditas.
Estes são os filhos de Gileade; de Jezer, a família dos jezeritas; de Heleque, a família dos helequitas;"
Números 26:29,30

"E chegaram as filhas de Zelofeade, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, entre as famílias de Manassés, filho de José; e estes são os nomes delas; Maalá, Noa, Hogla, Milca, e Tirza;" Números 27:1


"E chegaram os chefes dos pais da família de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, das famílias dos filhos de José, e falaram diante de Moisés, e diante dos príncipes, chefes dos pais dos filhos de Israel,"  Números 36:1

"Então Hezrom coabitou com a filha de Maquir, pai de Gileade, e, sendo ele de sessenta anos, a tomou; e ela deu à luz a Segube." 1 Crônicas 2:21

"Os filhos de Manassés: Asriel, que a mulher de Gileade concebeu (porém a sua concubina, a síria, concebeu a Maquir, pai de Gileade;
E Maquir tomou a irmã de Hupim e Supim por mulher, e era o seu nome Maaca), e foi o nome do segundo Zelofeade; e Zelofeade teve filhas.
E Maaca, mulher de Maquir, deu à luz um filho, e chamou-o Perez; e o nome de seu irmão foi Seres; e foram seus filhos Ulão e Raquém.
E o filho de Ulão, Bedã; estes foram os filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés."
1 Crônicas 7:14-17

Gileade também foi o nome do pai de Jefté, um dos juízes de Israel

"Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porém filho de uma prostituta; mas Gileade gerara a Jefté." Juízes 11:1 

Um descendente de Gade citado na genealogia de 1 Crônicas 5:14 "Estes foram os filhos de Abiail filho de Huri, filho de Jaroa, filho de Gileade, filho de Micael, filho de Jesisai, filho de Jado, filho de Buz; " , que também tinha esse mesmo nome.

A terra de Gileade

Certamente a aplicação mais conhecida do nome Gileade na Bíblia diz respeito a designação de alguns lugares que ficavam na região da Transjordânia.
Às vezes o nome Gileade é utilizado num sentido mais amplo para se referir a toda Transjordânia israelita, incluindo a própria Gileade.
Outras vezes esse nome é aplicado em seu sentido mais estrito, referindo-se a região montanhosa coberta de bosques a leste do Rio Jordão.
A terra de Gileade é cortada pelo Ribeiro de Jaboque - " Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom e que dominava desde Aroer, que está à beira do ribeiro de Arnom, e desde o meio do ribeiro, e a metade de Gileade, e até ao ribeiro de Jaboque, o termo dos filhos de Amom." 
Josué 12:2.

A Gileade bíblica fica numa altitude média de aproximadamente mil metros acima do nível do mar. Essa região é delimitada por Basã, ao norte;
pelo deserto da Arábia, a leste;
e por Moabe e Amom, ao sul

"Tomamos, pois, esta terra em possessão naquele tempo: 
Desde Aroer, que está junto ao ribeiro de Arnom, 
e a metade da montanha de Gileade, com as suas cidades, tenho dado aos rubenitas e gaditas.
E o restante de Gileade, 
como também todo o Basã, o reino de Ogue, dei à meia tribo de Manassés; 
toda aquela região de Argobe, por todo o Basã, se chamava a terra dos gigantes.
Jair, filho de Manassés, alcançou toda a região de Argobe, até ao termo dos gesuritas, e maacatitas, e a chamou de seu nome, Havote-Jair até este dia.
E a Maquir dei Gileade.
Mas aos rubenitas e gaditas dei desde Gileade até ao ribeiro de Arnom, cujo meio serve de limite; 
e até ao ribeiro de Jaboque, o termo dos filhos de Amom.
Como também a campina, e o Jordão por termo; 
desde Quinerete até ao mar da campina, o Mar Salgado, abaixo de Asdote-Pisga para o oriente."
Deuteronômio 3:12-17

Na Bíblia essa região é chamada de “terra de Gileade”, “monte de Gileade” e simplesmente “Gileade” .

"Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito."  Gênesis 37:25

"E, indo eles aos filhos de Rúben, e aos filhos de Gade, e à meia tribo de Manassés, à terra de Gileade, falaram-lhes, dizendo:" Josué 22:15

"E Finéias filho de Eleazar, o sacerdote, com os príncipes, deixando os filhos de Rúben, e os filhos de Gade, voltaram da terra de Gileade à terra de Canaã, aos filhos de Israel, e trouxeram-lhes a resposta." Josué 22:32

"Meu é Gileade, e meu é Manassés; Efraim é a força da minha cabeça; Judá é o meu legislador."
Salmos 60:7

As tribos de Rúben, Gade e Manassés foram as ocupantes de Gileade.
Rúben ocupou o extremo sul dessa terra, até o limite com Moabe.
Gade ocupou a parte central e o sul de Gileade.
Já Manassés ficou com a parte norte da terra.
Os descendentes das tribos de Rúben e Gade aproveitaram bem os recursos daquela região que favoreciam a criação de gado.

"E os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em grande quantidade; 
e viram a terra de Jazer, 
e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado.
Vieram, pois, os filhos de Gade, e os filhos de Rúben e falaram a Moisés e a Eleazar, o sacerdote, e aos chefes da congregação, dizendo:
Atarote, e Dibom, e Jazer, e Ninra, e Hesbom, e Eleale, e Sebã, e Nebo, e Beom,
A terra que o Senhor feriu diante da congregação de Israel, 
é terra para gado, 
e os teus servos têm gado.
Disseram mais: 
Se achamos graça aos teus olhos, 
dê-se esta terra aos teus servos em possessão; 
e não nos faças passar o Jordão." Números 32:1-5

 As características geográficas e climáticas do local realmente se harmonizam com as informações bíblicas de que aquela área era apropriada para o rebanho.

"Eis que és formosa, meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas entre as tuas tranças; o teu cabelo é como o rebanho de cabras que pastam no monte de Gileade."
Cânticos 4:1.
A importância e o significado de Gileade na Bíblia

A terra de Gileade serviu de pano de fundo para muitos eventos bíblicos importantes e significativos. Foi nessa terra, no monte de Gileade, que ocorreu o encontro final entre Jacó e seu sogro Labão.

"E fugiu ele com tudo o que tinha, e levantou-se e passou o rio; 
e se dirigiu para a montanha de Gileade.
E no terceiro dia foi anunciado a Labão que Jacó tinha fugido.
Então tomou consigo os seus irmãos, 
e atrás dele seguiu o seu caminho por sete dias; 
e alcançou-o na montanha de Gileade.
Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: 
Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.
Alcançou, pois, Labão a Jacó, e armara Jacó a sua tenda naquela montanha; 
armou também Labão com os seus irmãos a sua, na montanha de Gileade.
Então disse Labão a Jacó: 
Que fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela espada?
Por que fugiste ocultamente, 
e lograste-me, 
e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, 
e com cânticos, e com tamboril e com harpa?
Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. 
Loucamente agiste, agora, fazendo assim.
Poder havia em minha mão para vos fazer mal, 
mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: 
Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.
E agora se querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?
Então respondeu Jacó, e disse a Labão: 
Porque temia; 
pois que dizia comigo, se porventura não me arrebatarias as tuas filhas.
Com quem achares os teus deuses, esse não viva; 
reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo, e toma-o para ti. 
Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.
Então entrou Labão na tenda de Jacó, 
e na tenda de Lia, 
e na tenda de ambas as servas, 
e não os achou;
 e saindo da tenda de Lia, 
entrou na tenda de Raquel.
Mas tinha tomado Raquel os ídolos e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda, e não os achou.
E ela disse a seu pai: 
Não se acenda a ira aos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. 
E ele procurou, mas não achou os ídolos.
Então irou-se Jacó e contendeu com Labão; 
e respondeu Jacó, e disse a Labão: 
Qual é a minha transgressão? 
Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?
Havendo apalpado todos os meus móveis, que achaste de todos os móveis de tua casa? 
Põe-no aqui diante dos meus irmãos e de teus irmãos; 
e que julguem entre nós ambos.
Estes vinte anos eu estive contigo; 
as tuas ovelhas 
e as tuas cabras nunca abortaram, 
e não comi os carneiros do teu rebanho.
Não te trouxe eu o despedaçado; 
eu o pagava; 
o furtado de dia 
e o furtado de noite da minha mão o requerias.
Estava eu assim: 
De dia me consumia o calor, 
e de noite a geada; 
e o meu sono fugiu dos meus olhos.
Tenho estado agora vinte anos na tua casa; 
catorze anos te servi por tuas duas filhas, 
e seis anos por teu rebanho; 
mas o meu salário tens mudado dez vezes.
Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o temor de Isaque não fora comigo, por certo me despedirias agora vazio. 
Deus atendeu à minha aflição, 
e ao trabalho das minhas mãos, 
e repreendeu-te ontem à noite.
Então respondeu Labão, e disse a Jacó: 
Estas filhas são minhas filhas, 
e estes filhos são meus filhos, 
e este rebanho é o meu rebanho, 
e tudo o que vês, é meu; 
e que farei hoje a estas minhas filhas, 
ou a seus filhos, que deram à luz?
Agora pois vem, 
e façamos aliança eu e tu, 
que seja por testemunho entre mim e ti.
Então tomou Jacó uma pedra, 
e erigiu-a por coluna.
E disse Jacó a seus irmãos: 
Ajuntai pedras. 
E tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre aquele montão.
E chamou-o Labão Jegar-Saaduta; 
porém Jacó chamou-o Galeede.
Então disse Labão: 
Este montão seja hoje por testemunha entre mim e ti. 
Por isso se lhe chamou Galeede,
E Mispá, porquanto disse: 
Atente o Senhor entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um do outro.
Se afligires as minhas filhas, 
e se tomares mulheres além das minhas filhas, ninguém está conosco; 
atenta que Deus é testemunha entre mim e ti.
Disse mais Labão a Jacó: 
Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui essa coluna que levantei entre mim e ti.
Este montão seja testemunha, e esta coluna seja testemunha, que eu não passarei este montão a ti, e que tu não passarás este montão e esta coluna a mim, para mal.
O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus de seu pai, julgue entre nós. 
E jurou Jacó pelo temor de seu pai Isaque.
E ofereceu Jacó um sacrifício na montanha, 
e convidou seus irmãos, para comer pão; 
e comeram pão 
e passaram a noite na montanha.
E levantou-se Labão pela manhã de madrugada, 
e beijou seus filhos 
e suas filhas 
e abençoou-os e partiu; 
e voltou Labão ao seu lugar." Gênesis 31:21-55.
Foi na região de Gileade, mais precisamente numa montanha na extremidade do vale de Jezreel, que se deu a redução do numeroso exército liderado por Gideão que haveria de lutar contra os midianitas.

"Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido, volte, e retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram." Juízes 7:3

 O livro de Oseias também fala sobre uma cidade na terra de Gileade.

"Gileade é a cidade dos que praticam iniqüidade, manchada de sangue." Oséias 6:8

Gileade também ficou conhecida como um lugar de refúgio.
Como já foi dito, o próprio Jacó partiu para a montanha de Gileade ao fugir de Labão.
Nos dias de reinado do rei Saul, alguns israelitas também fugiram para aquelas terras com a finalidade de escapar da opressão dos filisteus

"E alguns dos hebreus passaram o Jordão para a terra de Gade e Gileade; e, estando Saul ainda em Gilgal, todo o povo ia atrás dele tremendo." 1 Samuel 13:7

O próprio rei Davi também procurou abrigo naquela região durante a rebelião de Absalão. II Samuel capítulo 17

Também foi naquelas terras que Absalão prendeu seus longos cabelos num carvalho, o que no final acabou lhe custando a vida. " 2 Samuel capítulo 18.

As Escrituras também falam do bálsamo de Gileade de forma proverbial.

"Porventura não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?"  Jeremias 8:22

"Sobe a Gileade, e toma bálsamo, ó virgem filha do Egito; debalde multiplicas remédios, pois já não há cura para ti." Jeremias 46:11

"Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito." Gênesis 37:25

 A terra de Gileade era conhecida por seus produtos medicinais.

Os bosques característicos daquela região montanhosa são citados como símbolo de preciosidade e fertilidade juntamente com o Líbano e o Carmelo.

"Porque assim diz o Senhor acerca da casa do rei de Judá: Tu és para mim Gileade, e a cabeça do Líbano; mas por certo que farei de ti um deserto e cidades desabitadas." Jeremias 22:6

"E farei tornar Israel para a sua morada, e ele pastará no Carmelo e em Basã; e fartar-se-á a sua alma no monte de Efraim e em Gileade." Jeremias 50:19

"Porque eu os farei voltar da terra do Egito, e os congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano, e não se achará lugar bastante para eles." Zacarias 10:10 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

DESIGREJADOS, você conhece pelo menos um?

DESIGREJADOS..!?

Desigrejado” é alguém que deixou de freqüentar uma "igreja evangélica" (denominação), é aquele que está cansado de ser enganado ludibriado com textos sem contextos pelos cães gulosos, com suas mentiras ilusórias, podem está fora de instituições religiosas, mas NÃO deixaram de se aprofundar nas verdades do evangelho de Jesus Glorificado.

Desigrejados é uma forma pejorativa de submeter alguém ao ridículo ou seja colocá-lo em descrédito quando fala do evangelho da graça e que contraria os religiosos, é uma forma de ofender e humilhar, e na maioria dás vezes fazem isso ( pelo simples falto de  não possuir um conhecimento, argumentos coerente dentro de uma exegese minuciosa e sólida. A falta de cultura de muitos é  grande, e principalmente dos evangélicos que contribui muito pra tal ignorância ! )

 “Desigrejado” não é um desviado..! Desviado é alguém que se afastou totalmente de Cristo, já “desigrejado” é alguém que se afastou de uma "igreja" (denominação), por livre e espontânea vontade, porém não se afastou das  verdades do ETERNO.

“Desigrejado” é alguém que mantém a sua comunhão com Cristo, mas que não tem mais vínculo com "igreja" (denominação) alguma, pelo contrário seu compromisso é somente alertar os irmãos,  salvar suas mentes do engano  doutrinários e falar sobre o genuíno evangelho contidos nas 14 cartas do apóstolo Paulo,  Evangelho esse revelado no 3 céu ou seja de romanos a hebreus. ( Evangelho da incircuncisão, Eterno pra gentios e judeus )

É possível que alguém que não freqüente uma "igreja", tenha comunhão com Deus ? A resposta é SIM. O fato de alguém freqüentar uma  "igreja" NÃO significa que este alguém tenha comunhão com Deus. Comunhão com Deus é uma questão de escolha pessoal. Alguém pode freqüentar uma "igreja" e não ter comunhão com Deus..! pra ter comunhão com o CRIADOR primeiro você tem que conhece-lo  a sua vontade e ter entendimento de tudo que Ele te proporcionou. Do mesmo modo, uma pessoa pode não freqüentar uma "igreja", e TER comunhão com Deus.

Abençoados temos que buscar conhecimento em estudos que nos edifique, é termos  a mente aberta disposta para entender tudo que diz respeito a graça de Deus.

Outro fato importante, é que toda vez que a Bíblia fala de “igreja”, ela (a Bíblia) não está se referindo a "templos", mas a cultos que eram feitos, principalmente, em lares, templo só foi o construído por Salomão e quê veio abaixo em 70 dC digo destruído pelo general Tito  na segunda vinda de Jesus em juízo sobre Israel a onde milhares de judeus foram mortos. Na época em que a igreja primitiva anunciava o evangelho,não era bem vista pelo Império Romano. O apóstolo Paulo formou a igrejas de pessoas, grupos que se reunia em lares ou seja em QUALQUER LUGAR seguro e adequado.

O fato de alguém não freqüentar uma "igreja" (denominação) torna esta pessoa MENOS CRISTÃ ? A resposta é NÃO. Alguém pode ser um cristão com um excelente testemunho e, no entanto, não freqüentar igreja (instituição) alguma. O bom testemunho de um cristão NÃO se resume ao fato dele freqüentar ou não, uma "igreja" evangélica.

E por que tantos "evangélicos" estão deixando de freqüentar as "igrejas" em que congregavam anteriormente ? Resposta: devido todos estes escândalos no meio evangélico, que estão ocorrendo todos os dias em nosso país por ganância ao dinheiro. Infelizmente, muitas "igrejas" (evangélicas) deixaram de ser a muito tempo um lugar de comunhão com  Deus", e se tornando verdadeiras “indústrias da fé”.

Em muitas "igrejas", que se dizem (evangélicas), as pessoas, para serem bem-vindas, precisam obedecer cegamente seus líderes que se dizem "pastor" e contribuindo com muito dinheiro para a “obra de Deus”, como dizeres; que se NÃO converter seu bolso a pessoa não é cristão e está roubando  a Deus e que o devorador vai consumir seus bens e que o " diabo" vai pegar ele rsss...

Esses cães gulosos tem trazido muito prejuízo e desgaste e escravidão às ovelhas de Deus, ao ponto de muitas delas optarem por não mais freqüentar mais esse lugares "igreja". Estas pessoas estão erradas ? NÃO..! NÃO estão..!

Ninguém é obrigado a freqüentar uma "igreja" que na maioria das vezes o único objetivo é pedir dinheiro, de forma insistente e exaustiva; ninguém é obrigado a freqüentar uma "igreja" que ensina que as bênçãos de Deus, todas elas, estão atreladas a dinheiro. Enfim, ninguém é obrigado a freqüentar um a "igreja" para ser ludibriado e explorado financeiramente. Infelizmente, está difícil de encontrar uma "igreja" evangélica do sistema religioso que não explore financeiramente suas ovelhas e até muitas que se dizem em GRAÇA que pregue as verdades do evangelho genuíno sem fermentos da LEI nos dias de hoje, principalmente no meio pentecostal e neo-pentecostal. Tudo gira ao redor do dinheiro, em grande parte dessas igrejas. NESTAS "IGREJAS", O QUE VALE NÃO É: “POSSO TUDO NAQUELE QUE ME FORTALECE”, MAS: “POSSO TUDO NAQUILO QUE ME ENRIQUECE”.

Em virtude de tudo isto, não devemos subjugar os que não frequenta mais denominações, nem tão pouco chamá-los de desviados ou desigrejados. No entanto, não devemos nunca abandonar a nossa comunhão com Deus; isto SIM deve ser sempre preservado.

Pra concluir, nós somos os verdadeiros TEMPLOS do Deus vivo, e o fato de não freqüentarem uma igreja (instituição), não significa que nós somos menos cristãos.

Não descuidem da vida espiritual de vocês, a (oração e leitura da  Bíblia, e de outros livros com o de Flávio Joséfo e outros para que possamos ter um entendimento completo), porquê nos ajuda muito em nossa comunhão e edificação, pois, não é devido ao fato de  não freqüentarem esses "lugares religiosos. O esfriamento espiritual isso é consequência de não se aprofundar no evangelho graça e na escatologia plena e abrindo brechas pra obras da carne, busque o conhecimento pra que não sejam levados por todo vento de doutrina, achando que o certo é errado e virse e versa.

Espero que todos tenham a consciência de que DEUS é SOBERANO e não fica dependente do homens, nem muito menos de espaço e "templos"..! pois o MESMO é o que criou tudo e todos..!

Graça e paz a todos !

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração por John Piper

Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração

por

John Piper


21 de julho de 1986



Pano de fundo e Introdução

Em toda a minha vida adulta, até o momento em que encarei a necessidade de lidar com divórcio e novo casamento no contexto pastoral, sustentei a visão protestante prevalecente, que afirma que o novo casamento após o divórcio é sancionado biblicamente em casos em que o divórcio foi resultado de uma deserção ou de adultério persistente. Somente quando eu fui compelido, alguns anos atrás, ao estudar Lucas, a lidar com a afirmação absoluta de Jesus em Lucas 16.18, comecei a questionar esta posição inerente.

Eu senti um peso imenso por ter de ensinar à nossa congregação qual a vontade revelada de Deus neste assunto de divórcio e novo casamento. Eu não estava desavisado que entre meu povo haviam aqueles que se divorciaram-se e casaram-se novamente, aqueles que se divorciaram e permaneceram descasados, e aqueles que estavam em processo de divórcio ou contemplando isto como uma possibilidade. Eu sabia que isto não seria um exercício acadêmico, mas que de imediato afetaria várias pessoas muito profundamente.

Eu também estava ciente das horrendas estatísticas em nosso próprio país, assim como em outros países ocidentais, a respeito do número de casamentos que terminam em divórcio, e do número de pessoas que estão no segundo e terceiro casamentos. Em meu estudo de Efésios 5, fui cada vez mais convencido que há uma profunda significação na união de marido e mulher em “uma só carne” como parábola do relacionamento entre Cristo e sua igreja.

Todas as coisas conspiravam para criar um sentimento de solenidade e seriedade enquanto eu pesava o significado e a implicação dos textos bíblicos sobre divórcio e novo casamento. O resultado desta experiência crucial foi a descoberta do que eu creio, uma proibição neotestamentária de todo novo casamento, exceto no caso em que o cônjuge faleceu. Eu não afirmo que encontrei ou disse a última palavra nesta questão, nem que eu estou além de correção caso prove-se que estou errado. Estou ciente de que homens mais piedosos que eu tiveram opiniões diferentes. Entretanto, todas as pessoas e igrejas devem ensinar e viver de acordo com o que dita sua própria consciência informada por um sério estudo da Bíblia.

Como conseqüência, este documento é uma tentativa de afirmar meu próprio entendimento deste assunto e seu fundamento na Escritura. Serve, portanto, como uma explanação bíblica do por que me sinto constrangido a tomar as decisões que tomo a respeito daqueles casamentos que realizarei e que tipo de disciplina eclesiástica parece-me apropriada em questões de divórcio e novo casamento.

Se eu desse uma exposição exaustiva de cada texto relevante, esta declaração viraria um gigantesco livro. Assim, o que planejo é trazer algumas explanações breves de cada um dos textos cruciais, como alguns argumentos exegéticos chaves. Haverão, sem dúvida, muitas questões que podem ser levantadas, e eu espero ser capaz de aprender com estas questões, e fazer o meu melhor para respondê-las na discussão que seguirá a esta declaração.

Parece que a forma mais eficiente de iniciar esta questão é simplesmente dar uma lista de razões, baseadas em textos bíblicos, com motivos para eu crer que o Novo Testamento proíbe todos os novos casamentos, exceto quando o cônjuge faleceu. O que se segue é uma lista desses argumentos.


Onze razões para eu crer que todo novo casamento após o divórcio é proibido enquanto os cônjuges estiverem vivos


1) Lucas 16.18 nos diz que todo novo casamento após o divórcio é adultério

Lucas 16.18: Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também.

1.1) Este verso mostra que Jesus não reconhece o divórcio como o término de um casamento aos olhos de Deus. A razão para o segundo casamento ser chamado de adultério é porque o primeiro é considerado ainda válido. Assim, Jesus está tomando uma posição contra a cultura judaica, em que considerava-se que todo divórcio levava ao direito de um novo casamento.

1.2) A segunda metade do versículo mostra que não apenas o homem divorciado é culpado de adultério quando ele casa-se novamente, mas também qualquer homem que casa-se com uma mulher divorciada.

1.3) Uma vez que não há exceções mencionadas no verso, e uma vez que Jesus está claramente rejeitando o conceito cultural comum de que o divórcio inclui o direito ao novo casamento, os primeiros leitores deste evangelho teriam uma grande dificuldade em argumentar qualquer exceção baseada na idéia de que Jesus compartilhava a premissa de que o divórcio por infidelidade ou deserção liberava um cônjuge para um novo casamento.


2) Marcos 10.11-12 chama todo novo casamento após o divórcio de adultério, seja o marido ou a esposa quem se divorcia

Marcos 10.11-12: E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.

2.1) Esse texto repete a primeira metade de Lucas 16.18, mas vai além e diz que está cometendo adultério não apenas o homem que divorcia, mas também a mulher que divorica, e então casa-se novamente.

2.2) Como em Lucas 16.18, não há exceção mencionada a esta regra.


3) Marcos 10.2-9 e Mateus 19.3-8 ensinam que Jesus rejeitou a justificativa dos fariseus para divórcio em Deuteronômio 24.1 e reafirma o propósito de Deus na Criação, de que nenhum ser humano separe o que Deus uniu.

Marcos 10.2-9: E, aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher? 3 Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? 4 E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar. 5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento; 6 Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. 7 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, 8 E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.

Mateus 19.3-9: Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, 5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? 8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. 9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

3.1) Tanto em Mateus quanto em Marcos, os fariseus vêm a Jesus e o provam ao perguntá-lo se é lícito a um homem divorciar-se de sua esposa. Eles evidentemente tinham em mente a passagem em Deuteronômio 24.1, que simplesmente descreve o divórcio, ao invés de dar qualquer legislação a favor disto. Eles se perguntam como Jesus se posicionará a respeito desta passagem.

3.2) A resposta de Jesus é “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres” (Mt 19.8)

3.3) Mas então Jesus critica a falha dos fariseus em reconhecer nos livros de Moisés a intenção original e mais profunda de Deus para o casamento. Então ele cita duas passagens de Gênesis. “Homem e mulher [Deus] os criou... Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 1.27; 2.24)

3.4) Destas passagens de Gênesis, Jesus conclui: “Assim não são mais dois, mas uma só carne”. E então, ele faz sua afirmação decisiva: “O que Deus ajuntou não o separe o homem”

3.5) A implicação é que Jesus rejeita o uso de Deuteronõmio 24.1 dos fariseus e apresenta o padrão de casamento para seus discípulos na intenção original de Deus na Criação. Ele diz que nenhum de nós deveria tentar desfazer a relação “uma só carne” que Deus uniu.

3.6) Antes de pularmos para a conclusão de que esta afirmação absoluta deveria ser qualificada em vista da cláusula de exceção (“não sendo por causa de prostituição”) mencionada em Mateus 19.9, devemos seriamente aceitar a possibilidade de que a cláusula de exceção em Mateus 19.9 deveria ser entendida à luz da afirmação absoluta de Mateus 19.6, (“não o separe o homem”), especialmente porque os versículos que seguem esta conversação com os fariseus em Marcos não contêm qualquer exceção quando condenam um novo casamento. Mais sobre isso abaixo.


4) Mateus 5.32 não ensina que o novo casamento é lícito em alguns casos. Pelo contrário, reafirma que casamento pós-divórcio é adultério, mesmo para aqueles que divorciaram-se inocentemente, e que um homem que divorcia-se de sua esposa é culpado de adultério do segundo casamento dela, a não ser que ela já tenha se tornado adúltera antes do divórcio.

Mateus 5.32: Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.

4.1) Jesus assume que em muitas situações naquela cultura, a esposa que foi repudiada por um marido será encaminhada para um segundo casamento. No entanto, a despeito desta pressão, Jesus chama este segundo casamento de adultério.

4.2) O que chama atenção na primeira metade deste versículo é que o novo casamento de uma esposa que foi inocentemente repudiada é ainda assim um adultério: “qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela (a esposa inocente que não foi infiel) cometa adultério”. Esta é uma afirmação clara, como me parece, de que o novo casamento é errado não simplesmente quando uma pessoa é culpada no processo de divórcio, mas também quando uma pessoa é inocente. Em outras palavras, a oposição de Jesus ao novo casamento parece ser baseada na indestrutibilidade da união do casamento, a não ser pela morte.

4.3) Eu deixarei minha explanção da cláusula de exceção (“a não ser por causa de prostituição”) para mais adiante na declaração, mas por enquanto, é suficiente dizer, sobre a interpretação tradicional da cláusula, que simplesmente significa que um homem faz de sua esposa uma adúltera exceto no caso em que ela fez a si própria uma.

4.4) Eu assumo que, uma vez que uma esposa inocente que é divorciada comete adultério quando ela casa-se novamente, segue-se que uma esposa culpada que casa-se novamente após o divórcio torna-se muito mais culpada. Se alguém argumentar que esta esposa culpada é livre para casar-se novamente, enquanto a inocente que foi repudiada não é, já que o adultério da culpada quebrou o relacionamento de “uma só carne”, então esta pessoa deve colocar-se na inconveniente posição de dizer à divorciada inocente que “se agora você cometer adultério, será lícito você casar-se novamente”. Isto parece ser errado por pelo menos duas razões.

4.4.1) Isto parece elevar o ato físico de relação sexual ao elemento decisivo em união e separação conjugal.

4.4.2) Se a união sexual com outro quebra os laços de casamento e legitima o novo casamento, então dizer que uma divorciada inocente não pode casar-se novamente (como Jesus realmente diz) assume que o marido divorciado dela não está se divorciando para ter relações sexuais com outra. Isto signifca assumir uma postura muito improvável. Mais provável é que Jesus assuma que alguns desses maridos divorciados terão relações sexuais com outra mulher, mas ainda assim as esposas de quem eles se divorciaram não podem casar-se novamente. Portanto, adultério não anula o relacionamento de “uma só carne” do casamento, e tanto o cônjuge culpado quanto o inocente são proibidos de casar-se novamente em Mateus 5.32.


5) 1 Coríntios 7.10-11 ensina que o divórcio é errado, porém se é inevitável, a pessoa que se divorcia não deve casar-se novamente.

1 Coríntios 7.10-11: Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. 11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.

5.1) Quando Paulo diz que esta ordem não é sua, mas do Senhor, eu acredito que ele quer dizer que está ciente de um específico dito do Jesus histórico que trata desta questão. Como prova, estes versos parecem-se muito com Marcos 10.11-12, porque é destinado tanto ao marido quanto à esposa. Além disso, o novo casamento parece ser excluído do verso 11, da mesma forma que é excluído em Marcos 10.11-12

5.2) Paulo parece saber que a separação será inevitável em alguns casos. Talvez ele tenha em mente uma situação de um adultério sem arrependimento, ou deserção, ou brutalidade. Mas em um caso assim, ele diz que a pessoa que se sente constrangida à separar-se não deveria procurar um novo casamento e deveria permanecer solteira. E ele reforça a autoridade desta instrução ao dizer que ele tem uma palavra do Senhor. Portanto, a interpretação dos dizeres de Jesus é que um novo casamento não deve ser procurado.

5.3) Como em Lucas 16.18, Marcos 10.11-12 e Mateus 5.32, o texto não explicita consideração sobre a possibilidade de qualquer exceção à proibição do novo casamento.


6) 1 Coríntios 7.39 e Romanos 7.1-3 ensinam que o novo casamento é lícito somente depois da morte do cônjuge.

1 Coríntios 7.39: A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.

Romanos 7.1-3: Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? 2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. 3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

6.1) Em ambas as passagems (1 Coríntios 7.39; Romanos 7.2) é dito explicitamente que uma mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Nenhuma exceção é explicitamente mencionada que sugeriria que ela pudesse ser livre de seu marido e casar-se com outro usando outra base.


7) Mateus 19.10-12 ensina que uma graça cristã especial é dada por Deus a discípulos que sustentam-se na vida de solteiro, quando renunciam casar-se novamente de acordo com a lei de Cristo.

Mateus 19.10-12: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. 11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.

7.1) Logo antes desta passagem, em Mateus 19.9, Jesus proibiu todos casamento após o divórcio (eu lidarei com o significado de “não sendo por causa de prostituição” abaixo). Isto pareceu como uma proibição intolerável aos discípulos de Jesus: se você fechar qualquer possibilidade de novo casamento, então você faz o casamento tão arriscado que seria melhor não casar-se, uma vez que ou você está “preso” a viver como um solteiro o resto de sua vida ou você estará “preso” em um casamento ruim.

7.2) Jesus não nega a tremenda dificuldade deste mandamento. Pelo contrário, ele diz no verso 11 que a capacidade de cumprir o mandamente de não casar-se novamente é um dom divino aos seus discípulos. Verso 12 é um argumento de que uma vida assim é de fato possível, porque existem pessoas que por amor ao Reino, e também por razões menores, dedicaram-se a si mesmas para viver uma vida de solteiro.

7.3) Jesus não está dizendo que alguns de seus discípulos têm a habilidade de obedecer este casamento de não casar-se novamente e outros não. Ele está dizendo que a marca de um discípulo é que eles receberão um dom de contigência, enquanto não-discípulos não. A evidência para isto é que 1) o paralelo entre Mateus 19.11 e 13.11; 2) O paralelo entre Mateus 19.12 e 13.9,43 e 11.15; e 3) o paralelo entre Mateus 19.11 e 19.26.


8) Deuteronômio 24.1-4 não legisla base para o divórcio, mas ensina que o relacionamento “uma só carne” estabelecido pelo casamento não é destruído pelo divórcio e mesmo pelo novo casamento.

Deuteronômio 24.1-4: Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 E este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.

8.1) O que chama atenção nestes quatro versos é que, enquanto o divórcio é garantido, ainda assim a mulher divorciada torna-se “contaminada” por seu novo casamento (verso 4). Pode muito bem ser que, quando os fariseus perguntaram a Jesus se o divórcio era legítimo, ele baseou sua resposta negativa não somente na intenção de Deus expressa em Gênesis 1.27 e 2.24, mas também em Deuteronômio 24.4, em que o novo casamento pós-divórcio contamina a pessoa. Em outras palavras, existiam várias pistas na lei mosaica de que a concessão do divórcio era baseada na dureza do coração humano, e realmente não tornavam o divórcio e o novo casamento legítimos.

8.2) A proibição da esposa retornar ao seu primeiro marido mesmo depois que o segundo marido morrer (porque é uma abominação) sugere muito fortemente que nem o segundo casamento deveria ser rompido a fim de restaurar o primeiro (para a explanção de Heth e Wenham disto, veja Jesus and Divorce, p. 110).


9) 1 Coríntios 7.15 não quer dizer que, quando um cristão é abandonado por um cônjuge incrédulo, ele está livre para casar-se novamente. Significa que o cristão não está obrigado a lutar a fim de preservar a união. Separação é permissível se o parceiro incrédulo insiste nisso.

1 Coríntios 7.15: Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.

9.1) Existem muitas razões para que a frase “não está sujeito à servidão” não deveria ser construída para significar “é livre para casar-se novamente”

9.1.1) Casamento é uma ordenança da Criação ligando todas as criaturas humanas de Deus, a despeito de sua fé ou falta de fé

9.1.2) A palavra usada para “servidão” (douloo) no verso 15 não é a mesma palavra usada no verso 39, em que Paulo diz: “A mulher casada está ligada (deo) pela lei todo o tempo que o seu marido vive”. Paulo consistentemente usa deo quando fala do aspecto legal de ser ligado a um cônjuge (Romanos 7.2; 1 Coríntios 7.39), ou comprometido com alguém (1 Coríntios 7.27). Mas quando ele refere-se a uma esposa abandonada não estar ligada em 1 Coríntios 7.15, ele escolhe uma palavra diferente (douloo), que esperaríamos que ele fizesse já que ele não está dando a um cônjuge abandonado a mesma liberdade para casar-se novamente como ele dá ao cônjuge cujo parceiro morreu (verso 39).

9.1.3) A última frase do verso 15 (“Deus chamou-nos para a paz”) suporta o verso 15 melhor se Paulo está dizendo que um parceiro abandonado não é “obrigado a fazer guerra” contra o incrédulo desertor para que ele ou ela permaneça. Me parece que a paz que Deus tem nos chamado é a paz da harmonia matrimonial. Portanto, se o parceiro incrédulo insiste em afastar-se, então o parceiro crente não está obrigado a viver em conflito perpétuo com o cônjuge incrédulo, mas é livre e inocente para deixá-lo(a) partir.

9.1.4) Esta interpretação também preserva uma harmonia fiel com a intenção dos versos 10-11, em que a separação inevitável não resulta no direito de um novo casamento.


10) 1 Coríntios 7.27-28 não esina o direito das pessoas divorciadas a casarem-se novamente. Ensina que virgens noivos devem seriamente considerar a vida de solteiro, mas que eles não pecam se se casarem.

1 Coríntios 7.27-28: Estás ligado à mulher? não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher. 28 Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos.

10.1) Recentemente algumas pessoas têm argumentado que esta passagem lida com pessoas divorciadas, porque no verso 27 Paulo pergunta: “Estás livre de mulher?”. Alguns assumem que ele quer dizer “Estás divorciado?”. Portanto o que ele estaria dizendo no verso 28 é que não é pecado quando pessoas divorciadas casam-se novamente. Existem muitas razões para esta interpretação ser a mais improvável.

10.1.1) O verso 25 sinaliza que Paulo está começando uma nova seção e lidando com uma nova questão. Ele diz “Ora, quanto às virgens (ton parthenon) não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel”. Ele já lidou com o problema das pessoas divorciadas nos versos 10-16. Agora ele toma uma nova questão, sobre aqueles que ainda não são casados, e ele sinaliza isso ao dizer “Ora, quanto às virgens”. Portanto, é muito improvável que as pessoas referidas nos versos 27 e 28 sejam as divorciadas.

10.1.2) Uma afirmação simples de que não é pecado para as pessoas divorciadas casarem-se novamente (verso 28) contradiz o verso 11, em que é dito que uma mulher que se separou de seu marido deveria permanecer solteira.

10.1.3) Verso 36 certamente está descrevendo a mesma situação em vista nos versos 27 e 28, mas claramente refere-se a um casal que ainda não é casado. “Mas, se alguém julga que trata indignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se”. Isto é o mesmo do verso 28, em que Paulo diz “Mas, se te casares, não pecas”.

10.1.4) A referência no verso 27 a ser ligado à “mulher” pode ser mal-entendida porque pode sugerir que o homem já é casado. Mas no grego, a palavra para esposa é simplesmente “mulher” e pode referir-se tanto à noiva de um homem quanto à sua esposa. O contexto dita que a referência é à noiva virgem de um homem, não à sua esposa. Assim, “Estás ligado à mulher” e “Estás livre de mulher?” tem de fazer referência a uma pessoa que é noiva ou não.

10.1.5) É significante que o verbo que Paulo usa para “estás livre” (luo) não é uma palavra que ele usa para divórcio. As palavras de Paulo para divórcio são chorizo (versos 10,11,15; cf. Mateus 19.6) e aphelia (versos 11,12,13).


11) A cláusula de exceção de Mateus 19.9 não precisa implicar que o divórcio em caso de adultério libera uma pessoa a casar-se novamente. Todo o peso das evidências dadas pelo Novo Testamento nos dez pontos anteriores é contra esta visão, e existem várias formas de fazer um bom julgamento deste verso, de forma que ele não entre em conflito com o ensinamento geral do Novo Testamento de que um novo casamento após o divórcio está proibido.

Mateus 19.9: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

11.1) Há muitos anos atrás eu ensinei nossa congregação em dois cultos noturnos a respeito do meu entendimento deste verso e argumentei que “não sendo por causa de prostituição” não se refere ao adultério, mas à fornicação sexual antes do casamento que um homem ou uma mulher descobre no noivo. Desde que descobri outras pessoas que sustentam essa visão e que deram uma exposição muito mais acadêmica que eu fiz, tenho também descoberto numerosas outras formas de entender que este verso também exclui a legitimidade do novo casamento. Muitas delas estão sumarizadas em Jesus and Divorce, William Heth e Gordon J. Wenham (Nelson:1984).

11.2) Aqui eu simplesmente darei um resumo breve de meu próprio ponto de vista de Mateus 19.9 e como cheguei a ele.

Eu comecei, primeiramente, ao ser incomodado pela forma absoluta da denúncia de Jesus contra o divórcio e o novo casamento em Marcos 10.11,12 e Lucas 16.18 não está preservado em Mateus, se na verdade esta cláusula de exceção é uma brecha para o divórcio e novo casamento. Eu estava incomodado pela simples idéia que tantos escritores fazem, de que Mateus simplesmente está tornando explícito algo que era implicitamente entedido pelos ouvintes de Jesus ou os leitores de Marcos 10 e Lucas 16.

Eles realmente teriam assumido que as afirmações absolutas incluiam exceções? Eu duvido muito, e portanto minha inclinação é questionar se de fato ou não a exceção de Mateus conforma-se com o absoluto de Marcos e Lucas.

A segunda coisa que começou a me incomodar foi a questão – Por que Mateus usa a palavra porneia (“não sendo por causa de prostituição”) ao invés da palavra moicheia , que significa adultério? Quase todos os comentaristas parecem simplesmente presumir que porneia significa adultério neste contexto. A questão que persistia era por que Mateus não usaria a palavra para adultério, se isto fosse o que ele realmente queria dizer.

Então notei algo muito interessante. O único outro lugar, além de 5.32 e 19.9, em que Mateus usa a palavra porneia é em 15.19, onde é usada ao lado de moicheia . Portanto, é a evidência contextual primária para o uso de Mateus é que ele concebe porneia como algo diferente de adultério. Poderia isto significar, então, que Mateus concebe porneia em seu sentido normal de fornicação ou incesto (1 Coríntios 5.10), ao invés de adultério?

A. Isaksson concorda com esta visão de porneia e apresenta sua pesquisa, parecida com esta, nas páginas 134 e 135 de Marriage and Ministry :

Portanto, não podemos fugir do fato de que a distinção entre o que era considerado como porneia e o que era considerado como moicheia foi minuciosamente mantido na literatura judaica pré-cristã e no NT. Porneia pode, é claro, denotar diferentes formas de relações sexuais proibidas, mas não podemos encontrar exemplos inequívocos do uso desta palavra para denotar o adultério conjugal. Sob estas circunstâncias dificilmente poderíamos assumir que esta palavra significa adultério na cláusula em Mateus. A logia do divórcio foi escrita como um parágrafo da Lei, intentando ser obedecida pelos membros da Igreja. Debaixo destas circunstâncias é inconcebível que, em um texto desta natureza, o autor não tivesse mantido uma clara distinção entre o que era a falta de castidade e o que era adultério: moicheia e não porneia seria usada para descrever o adultério da esposa. Do ponto de vista filológico existem argumentos fortíssimos contra esta interpretação da cláusula permitindo divórcio no caso da esposa ser culpada de adultério.

A próxima pista de minha busca por uma explicação veio quando estudei sobre o uso de porneia em João 8.41, em que os líderes judeus indiretamente acusam Jesus de ser nascido de porneia . Em outras palavras, uma vez que eles não aceitava o nascimento virginal, assumem que Maria havia cometido fornicação, e Jesus era resultado deste ato. Com base nesta pista, eu voltei para estudar o registro de Mateus do nascimento de Jesus em Mateus 1.18-20. Isto foi extremamente elucidador.

Nesses versos, José e Maria são referidos como marido ( aner ) e esposa ( gunaika ). Ainda assim, eles são descritos como noivos somente. Isto provavelmente vem do fato de que as palavras para marido e esposa eram simplesmentem homem e mulher, e do fato de que o noivado era um comprometimento muito mais significante do que é hoje. No verso 19, José resolve “divorciar-se” de Maria. A palavra para “deixá-la” é a mesma palavra de Mateus 5.32 e 19.9. Mas, mais importante que tudo, Mateus diz que José foi “justo” ao tomar a decisão de divorciar-se de Maria, presumivelmente por causa de porneia , fornicação.

Portanto, enquanto Mateus procede em construir a narrativa de seu Evangelho, ele encontra-se no capítulo 5 e depois no capítulo 19 precisando proibir todo casamento pós-divórcio (como ensinado por Jesus) e ainda permitir “divórcios” como aquele que José considerou como possibilidade, por pensar que sua noiva era culpada de fornicação ( porneia ). Assim, Mateus inclui a cláusula de exceção em particular para exonerar José, mas também no geral para apresentar que o tipo de “divórcio” que alguém talvez procure durante um noivado por causa de fornicação não está incluído na proibição absoluta de Jesus.

Uma objeção comum a esta interpretação é que em Mateus 19.3-8 e Mateus 5.31-32, a questão que Jesus responde é sobre casamento e não sobre noivado. O argumento é que “não sendo por causa de prostituição” é irrelevante no contexto do casamento.

Minha resposta é que esta irrelevância é simplesmente o ponto aonde Mateus quer chegar. Podemos ter por certo que o rompimento de um casal de noivos por causa de fornicação não é um “divórcio” ruim e não proibe um outro casamento. Mas não podemos assumir que os leitores de Mateus tinham isso por certo

Mesmo em Mateus 5.32, que parece sem importância para nós excluir o caso da fornicação (uma vez que não podemos ver como uma virgem noiva poderia ser feita adúltera), isto poderia não ser inútil para os leitores de Mateus. Na verdade, não deveria ser sem importância para nenhum leitor: se Jesus tivesse dito “todo homem que se divorciar de sua mulher faz dela uma adúltera”, um leitor legitimamente poderia perguntar “Então José estava pra fazer de Maria uma adúltera?”. Podemos dizer que esta questão não é razoável, uma vez que acreditamos que você não pode fazer mulheres solteiras serem adúlteras. Mas, certamente isto não é sem propósito ou, talvez para alguns leitores, inútil, pois Mateus fez explícita a óbvia exclusão do caso de fornicação durante o noivado.

Esta interpretação da cláusula de exceção tem sérias vantagens:

Não força Mateus a contradizer o significado claro e absoluto de Marcos e Lucas, e o inteiro ensinamento do Novo Testamento apresentado nas seções 1-10, incluindo o próprio ensinamento absoluto de Mateus em 19.3-8
Provê uma explicação de por que a palavra porneia é usada na cláusula de exceção de Mateus ao invés de moicheia .
Concorda com o uso do próprio Mateus de porneia para fornicação em Mateus 15.19
Encaixa-se com a necessidade do contexto maior de Mateus a respeito de José considerar o divórcio
Desde a primeira vez que escrevi esta exposição de Mateus 19.9 descobri um capítulo com esta visão em Heth e Wenham, Jesus and Divorce , e uma defesa acadêmcia disto em A. Isaksson, Marriage and Ministry in New Temple (1965).


Conclusão e Aplicação

No Novo Testamento, a questão sobre o novo casamento pós-divórcio não é determinada por:

A culpa ou inocência de qualquer cônjuge
Nem se qualquer cônjuge é crente ou não
Nem pelo caso do divórcio ter acontecido antes ou depois da conversão de qualquer dos cônjuges
Nem pela facilidade ou dificuldade de viver como solteiro pelo resto da vida na Terra
Nem se há adultério ou deserção envolvidos
Nem pela realidade da dureza do coração humano
Nem por permissividade cultural da sociedade em redor
Pelo contrário, é determinado pelo fato de que:

Casamento é um relacionamento de “uma só carne” estabelecido por Deus e de extraordinária significância aos olhos de Deus (Gênesis 2.24; Mateus 19.5; Marcos 10.8)
Somente Deus, não o homem, pode terminar esta relação de “uma só carne” (Mateus 19.6; Marcos 10.9 – isto é porque o novo casamento é chamado de adultério por Jesus: ele assume que o primeiro casamento ainda está valendo, Mateus 5.32; Lucas 16.18; Marcos 10.11)
Deus termina o relacionamento de “uma só carne” somente por meio da morte de um dos cônjuges (Romanos 7.1-3; 1 Coríntios 7.39)
A graça e o poder de Deus são prometidos e são suficientes para capacitar um cristão divorciado e fiel a ser solteiro por toda sua vida terrena, se necessário (Mateus 19.10-12,26; 1 Coríntios 10.13)
Frustrações temporárias e desvantagens são muito mais preferíveis que a desobediência do novo casamento, e produzirá profunda e duradoura alegria tanto nesta vida como na vida porvir.
Aos que já casaram-se novamente:

Devem reconhecer que a escolha de casar-se de novo e o ato de entrar em um segundo casamento foi um pecado, confessá-lo como tal e buscar perdão
Devem não tentar retornar ao seu primeiro parceiro após entrar numa segunda união (veja 8.2 acima)
Devem não se separar e viver como solteiros pensando que isto resultaria em menos pecado porque todas as suas relações sexuais são adultério. A Bíblia não dá prescrições para este caso particular, mas trata o segundo casamento como tendo significância aos olhos de Deus.Isto é, existem promessas feitas e uma união foi formada. Não deveria ter sido formada, mas foi. Isto não deve ser tomado levianamente. Promessas existem para serem mantidas, e a união deve ser santificada a Deus. Embora não seja o estado ideal, permanecer em um segundo casamento é a vontade de Deus para um casal e suas relações seguintes não devem ser vistas como adúlteras.


21 de Julho de 1986


Nota: Os leitores desta declaração devem ter certeza de consultarem a declaração oficial do Concílio de Diáconos da Igreja Batista Bethlehem, intitulado A Statement on Divorce and Remarriage in the Life of Bethlehem Baptist Church. Este documento, datado de 2 de maio de 1989, apresenta a posição sobre divórcio e novo casamento que guiará a igreja em questões de membresia e disciplina. A declaração que você tem em mãos NÃO é a posição oficial da igreja sobre divórcio e novo casamento. É o meu próprio entendimento das Escrituras e portanto as linhas-mestras para minha própria vida, ensinamentos e envolvimento ministerial em casamentos. Mas eu pretendo respeitar a declaração oficial (cujo primeiro rascunho foi escrito por mim mesmo) como nosso guia em questões de membresia e disciplina. Eu faço esta declaração acessível para que a base de certas afirmações da declaração oficial possam ser facilmente obtidas.





Traduzido por: Josaías Cardoso

Agradecemos ao tradutor, que gentilmente se dispôs a traduzir esse artigo para o site Monergismo.com.


Este artigo é parte integrante do portal http://www.monergismo.com/. Exerça seu Cristianismo: se vai usar nosso material, cite o autor, o tradutor (quando for o caso), a editora (quando for o caso) e o nosso endereço. Contudo, ao invés de copiar o artigo, preferimos que seja feito apenas um link para o mesmo, exceto quando em circulações via e-mail.

terça-feira, 15 de maio de 2018

A Apostasia da CBB e da OPBB

Triste isto meus irmãos. Leiam
Carta de um pastor batista.

Leiam se tiverem coragem!

A Apostasia da CBB e da OPBB

“Nossa solene convicção é que as coisas, em muitas igrejas, estão piores do que parecem, e a tendência é de uma descida ainda mais acentuada.’’

Sobre o declínio das Igrejas Batistas – Charles Spurgeon

Eu cresci numa família Batista da CBB, fui ao Seminário Batista do Norte com 18 anos de idade,  depois conclui meu curso na Faculdade Batista Brasileira. Sou pastor há 10 anos aqui em Jequié-Ba  que lutei  com paixão por essa denominação. Como todo membro de Igreja que veste a camisa e ama, meu sentimento também era de proteção . Fui membro da Ordem dos Pastores Batistas e nossa Igreja membro da CBB. Lutei muitas batalhas para que pelo menos na minha ordem o liberalismo e as ideologias exóticas não colocassem as mãos diabólicas. Mas é impossível vencer guerras ao lado de pastores omissos por causa dos conchaves políticos, acovardados diante da maioria, contaminados pelo politicamente correto e pelo relativismo moral, religioso.  Nossa Igreja está em litígio,  e este ano vai sair da CBB.

Minha decepção começou aqui mesmo na subsede Jequié-Ba, onde a política era feita de forma desonesta para favorecer pastores de duas Igrejas grandes. Numa eleição que eu participei, uma dessas Igrejas chegou a  bancar dois ônibus para levar seus membros no dia da votação. Em seguida, fiquei alarmado  com a lentidão da CBB Baiana em punir  o pastor da Igreja Batista de Alagoinha-Ba que assumiu em púlpito, ser homossexual. Quase 1 ano para  excluir o pastor e a Igreja (A Igreja apoiou a nova opção sexual do seu líder).
Alguns anos depois surge uma campanha para aprovação das pastoras na Ordem Batista. Antes de chegar na  Assembléia Geral ( que ocorre todo ano) todas as sedes Estaduais começaram a fazer  lobe para que os pastores das subsedes  aprovassem  a ideia . Com isso, o tema seria debatido na geral e certamente ganharia força para aprovação. Aqui em Jequié eu e  o pastor Antonio Fernando Porto Porto ( hoje na presbiteriana) lideramos uma campanha contra  esta heresia e conseguimos  apoio da maioria, o tema  foi debatido e rejeitado. Os Batistas são congregacionais e exercem uma democracia, e  em todas as suas instâncias, a maioria sempre vence. Mas o inimigo não dorme! O avanço do socialismo e das teologias progressistas e ‘’inclusivistas’’ cresceram bastante e o pastorado feminino ganhou força novamente.

O movimento liderado pela feminista Zenilda Reggiani  que fez teologia no seminário Batista,  vem ganhando força e  espaço na rodinha dos políticos profissionais da CBB. Em 2004, os membros de sua Igreja lhe concederam o título de pastora. A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), porém, não reconhecia a validade do ministério feminino. Isso restringia a atuação das ‘’pastoras’’ a suas comunidades de origem, já que muitas igrejas exigiam que seus líderes fossem filiados à Ordem.. Em 22 de janeiro de 2014, a OPBB aprovou o ingresso de mulheres na entidade. “A decisão da Ordem facilita o caminho para a ordenação de outras mulheres. Este  foi exatamente o mesmo processo de decadência que passou os Batistas Americanos:

1-Relativismo das Escrituras e da ortodoxia;
2-Relativismo moral;
3-Permissão de pastores divorciados e até alguns que já tinham recasados  três vezes;
4-Permissão do  sacerdócio feminino;
5-Permissão de pastores homossexuais.

Hoje em dia a CBB  e a OPBB abrigam todos os tipos de teologias, uma verdadeira Babel. Tem para todo freguês: Pentecostalismo, liberalismo, socialismo, libertação, TMI, teísmo aberto, liberais. Os seminários Batistas se tornaram  covis de lobos liberais e socialistas. Eles chamam isso de ‘’Democracia’’, eu chamo de Apostasia. Mas isso é somente  a beira da lama. A CBB e a Ordem dos pastores Batistas abrigam pastores: Adúlteros, corruptos, políticos profissionais, apadrinhados  de figurões, defensores do aborto e do lulismo.  Uma fidelidade micro  das instituições públicas do Brasil.

Para completar,  a adesão  dos pastores da OPBB a causa gay ganha força cada dia. A Igreja Batista de Pinheiro em Maceió, liderada pelo ‘’Pr.’’ Wellington Santos (adepto da teologia da libertação)  que já vinha distorcendo as Escrituras Sagradas em pró da aceitação  da relação homossexual -, Um tempo depois conduziu a Igreja para uma assembleia  e a decisão foi tomada. Realizada no dia 28 de fevereiro de 2016, o pastor  obteve maioria absoluta de votos dos membros presentes: 129 se posicionaram a favor da homossexualidade, três foram contrários e 15 se abstiveram. Comandada pelo pastor Wellington Santos, a congregação já vinha trabalhando o tema há dez anos - desde 2005 a abertura para gays é discutida no templo do Pinheiro. A lista de pastores da Ordem Batista  Brasileira que apoiaram a decisão da Igreja Batista de Pinheiro, é gigante e com nomes de peso da denominação. Somente em julho de 2016 a Convenção Batista Brasileira (CBB) decidiu pela exclusão da Igreja Batista do Pinheiro (IBP) de Maceió do rol de templos afiliados por não concordarem com a decisão da igreja maceioense de aceitar o batismo de pessoas homossexuais. Esta não será a última, vem mais por ai. A CBB é fraca e suas declarações doutrinárias frágeis. Ela é lenta para punir e aberta a todo tipo de doutrina.

Recentemente a OPBB   aprovou uma nota  vaga, sem firmeza sobre o tema gay, veja: ‘’A OPBB confirma o que já diz a Assembleia da Convenção Batista Brasileira, “em relação ao chamado casamento homossexual, entendemos que uniões legais amparam arranjos de pessoas do mesmo sexo que decidem estabelecer um relacionamento de união e que necessitem legar herança, visitar companheiros em hospitais, etc.”, porém a prática, no entendimento da organização, se constitui como um desvio do caminho estabelecido por Deus.’’
Fonte: http://www.jmnoticia.com.br/2017/04/24/opbb-emite-nota-sobre-identidade-genero-e-casamento-gay/

Essa posição não é levada a sério  por boa parte. A CBB  e a OPBB  foram  tomadas por pastores progressistas pautados no esquerdismo. Usam de uma teologia meia boca para   difundir a inclusão  através de um ‘’Cristo’’ fabricado para que a Igreja entre na ‘’contextualização’’ do século XXI.  Uma Igreja ‘’aberta’’, ‘’solidária’’ as causas sociais, ‘’aos oprimidos’’. Mas a palvra  nos alerta para esse tipo de postura: ‘’Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito’’; Romanos 12.2.

A apostasia e a queda da CBB

O ‘’pastorado’’ feminino é a porta de entrada para outras formas inclusivas de ministério. O feminismo no púlpito é uma inversão ao mandato cultural que Deus ordenou ao homem, desde de Gênesis. Ao homem foi lhe dado o governo, a mulher o auxílio. Iguais  diante de Deus, diferentes em suas vocações. A CBB   fechou os olhos para palavra de Deus e  deixou simplesmente a coisa andar. Em desde de  1999  vem crescendo o número de mulheres que desejam ser ‘’pastoras’’. Em  2012  a lista de pastoras da CBB  chegou  aos números de  136 consagradas. Atualmente  estes números   dobraram, chegando a quase  300 ‘’pastoras’’. Elas  conseguiram até   um espaço especial na Assembléia Geral da CBB   2018 em  Poço de Caldas –MG. Estão ativas e ocupando cargos na diretoria e promovendo conferências para fortalecer  o movimento, tudo isso com o apoio da CBB e da OPBB.

O ‘’Pastorado feminino é uma afronta a Deus.
1-inverte o mandato cultural:  Gn 1.26; 2.22,23;
2- As Escrituras não apoiam a ordenação de mulheres;
3-Não há se quer um texto no antigo ou no novo testamento que fundamente  a ordenação feminina;
4-Cristo é homem Deus, filho do homem, o Cristo, ungido, Sumo Sacerdote, rei, profeta. todas as expressões e  vocações são  masculinas;
5-A ordenação feminina fragiliza a centralidade e a autoridade em Cristo: Ele é o centro, o cabeça; a igreja é  passiva, é o corpo, é submissa; Efésios 5:23;
6-A ordenação feminina macula a autoridade  do homem, pois inverte o processo,  o transformando num banana emocional e espiritual. A história de Débora ( ‘’ a juiza’’) revela muito bem este processo; mina a ordem bíblica: ‘’Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus’’; 1 Coríntios 11:3.

Considero a ordenação feminina uma heresia danosa, uma desobediência grave a palavra de Deus, uma tentativa de fragilizar a cristologia, e um processo avançado de ‘’bananizar’’ os homens da Igreja.

B. B. Warfield disse:

‘’É muito claro que aquele que modifica os ensinos da Palavra de Deus, no menor particular, numa ditação de qualquer opinião formado pelo homem, já se apartou do fundamento cristão, e já é, em princípio, um herege. A própria essência da heresia é que os modos de pensamento e padrões,  originando-se em outro lugar que não na Escritura de Deus, recebem peso decisivo quando colidem com os ensinos de Deus.

W. Gary Crampton , elucida:

‘’O elemento liberal na igreja tem pouca afinidade pelo princípio bíblico do sola Scriptura. Nessa tendência, o raciocínio humanista, as ordens culturais, as tradições dos homens, e assim por diante, estão todos no mesmo nível da Bíblia. Os modernistas não estão preocupados com um abandono da Palavra de Deus. Todavia, a coisa estranha sobre o movimento de “mulheres como mestras” é que alguns defensores desse fenômeno dentro de círculos “ortodoxos” estão alegando apoio bíblico para a sua visão.’’

Não estou fazendo isso com alegria,  estou com o coração partido, chorando em alma por ver uma  denominação histórica, relevante a história global, com tantos heróis da fé, descendo acentuadamente para apostasia. Que Deus tenha misericórdia dos eleitos que ainda  persistem na CBB e na OPBB, eu estou de malas prontas.